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Liga Europa

Invasão da torcida alemã do Frankfurt surpreende Barcelona; veja outros casos no futebol

Além da equipe alemã semana passada, Corinthians, Palmeiras e Fortaleza também já se tornaram iguais ou maiores em jogos fora de casa ou em países distantes

18 abr 2022 - 10h10
(atualizado às 10h19)
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Não apenas a eliminação para o Eintracht Frankfurt, nas quartas de final da Liga Europa, foi motivo de vergonha para o Barcelona na última terça-feira. Além de o time espanhol ter perdido por 3 a 2, e os catalães viram as arquibancadas do Camp Nou serem dominadas por torcedores da equipe de Frankfurt, que ignoraram os 10.841 km de distância entre as cidades para apoiar o time na competição.

Na ocasião, cerca de 30 mil torcedores alemães tomaram a capital da Catalunha para acompanhar a classificação histórica do clube, mas nem todos tinham ingresso. Durante a partida, o time comandado por Oliver Glasner sentiu-se em casa. Inclusive, durante boa parte do confronto, a torcida visitante cantou mais alto e com mais intensidade do que os donos da casa, tomando para si o comando do Camp Nou, algo raro em se tratando de Barcelona.

Acostumado a receber fãs de futebol o tempo todo, o Barcelona não escondeu que sentiu o baque de ter o estádio tomado pela torcida adversária. Assistir a um jogo da equipe catalã em seu estádio é item obrigatório do itinerário no turismo esportivo na Espanha. Com uma procura menor por ingressos pelo fato de a equipe estar na Liga Europa (e não na Liga dos Campeões), muitos sócios do clube deixaram de adquirir entradas, facilitando que as mesmas fossem compradas pelos visitantes.

Dirigentes do clube, logo após o ocorrido, prometeram mudanças na forma de comercializar entradas para visitantes, principalmente em jogos de competições continentais. A partir de agora, todos os ingressos de visitantes serão nominais, para que o caso não se repita facilmente no Camp Nou. A conclusão foi que, além de ter jogado mal, o Barcelona se intimidou com os alemães no estádio.

Antes da partida com o Eintracht Frankfurt, o clube catalão adotou medidas para impedir uma invasão alemã. Cartões de crédito de bandeira alemã e computadores com IPs do país estavam bloqueados no site de vendas. Porém, a situação saiu de controle e não houve medidas eficazes para frear a invasão. Após a partida, o elenco do time alemão ainda aproveitou o clima favorável para estender a permanência na cidade, ir à praia e brincar com o fato nas redes sociais.

Eliminada da competição europeia, a equipe comandada pelo ídolo Xavi Hernandez tem apenas o Campeonato Espanhol em seu calendário até o fim da temporada. Com a segunda posição na tabela, com 60 pontos, a equipe está distante do líder e rival Real Madrid. Enquanto isso, os alemães terão pela frente o West Ham, da Inglaterra, nas semifinais da Liga Europa, além dos compromissos do Campeonato Alemão, onde ocupam a décima posição.

Invasão Corintiana de 1976

Há 46 anos, um dos capítulos mais emblemáticos da história do Corinthians foi escrito. No dia 5 de dezembro de 1976, cerca de 70 mil torcedores paulistas invadiram o Maracanã para acompanhar o jogo único da semifinal do Campeonato Brasileiro daquele ano, disputado contra o Fluminense.

Na ocasião, Vicente Matheus, icônico presidente alvinegro, firmou um acordo com o presidente do clube carioca, Francisco Horta, e adquiriu 70 mil entradas para a partida. Para incentivar a ida da torcida ao Rio de Janeiro, Matheus convocou a torcida para o confronto. "Que os vivos saiam de casa, e os mortos saiam das tumbas para torcer pelo Corinthians no Maracanã, porque o Fluminense vai ganhar a partida", disse o dirigente.

O chamado foi atendido, e o Maracanã ficou dividido para o jogo. Dentro de campo, a partida acabou empatada em 1 a 1. Nos pênaltis, o Corinthians levou a melhor e garantiu vaga na final contra o Internacional, que para evitar uma nova invasão não cedeu ingressos aos visitantes. Posteriormente, o time gaúcho sagrou-se campeão nacional e a equipe paulista seguiu na fila, que se encerraria no ano seguinte com a conquista do Campeonato Paulista.

Corinthians joga em casa no Japão

Em 2012, 36 anos após a invasão ao Rio de Janeiro, os corintianos foram além e tomaram o Japão. Embalados pelo título inédito da Copa Libertadores, a torcida fez o possível e o impossível para cruzar o mundo e apoiar a equipe na Ásia.

Na ocasião, o esforço foi coroado com o título mundial conquistado diante do Chelsea. Cerca de 30 mil torcedores estavam presentes no Japão e pintaram os estádios locais em preto e branco durante as duas partidas do torneio: a semifinal com o Al Ahly, do Egito, e a decisão com a equipe inglesa.

Palmeirenses tomam Abu Dhabi

Após o bicampeonato da América, conquistado em 2021, a torcida palmeirense também não mediu esforços para acompanhar a equipe de Abel Ferreira no Mundial de Clubes da Fifa neste ano. Já na primeira partida do torneio, domínio palmeirense nas arquibancadas. Sem se intimidar com a torcida do Al Ahly, os brasileiros transformaram o Al Nahyan Stadium em uma espécie de sub-sede do Allianz Parque, com cerca de 8 mil palmeirenses na torcida. O Palmeiras despachou os egípcios com vitória de 2 a 0 e carimbou vaga para a final do torneio, contra o Chelsea.

Antes da decisão com o time londrino, a torcida palmeirense fez a festa em Abu Dabi e Dubai. Eram comuns as imagens de torcedores nos pontos turísticos das duas cidades. Até mesmo um navio turístico foi tomado pela torcida. Na finalíssima, cerca de 20 mil palmeirenses empurraram a equipe, que acabou derrotada pelo Chelsea, na prorrogação, por 2 a 1.

Primeira vez histórica

Em sua primeira participação na Copa Libertadores, o Fortaleza não vive uma situação fácil no Grupo F da competição. Lanterna da chave com nenhum ponto conquistado em duas partidas, tem garantido, ao menos, a festa nas arquibancadas.

Após a torcida lotar a Arena Castelão na estreia com derrota para o Colo-Colo por 2 a 1, cerca de 2.400 torcedores foram ao Monumental de Núñez empurrar a equipe. Os torcedores, inclusive, chegaram a interagir com torcedores do Boca Juniors, maiores rivais do River Plate. Porém nem o "reforço" da torcida xeneize ajudou a equipe de Juan Pablo Vojvoda, que foi derrotada por 2 a 0.

Estadão
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