Chelsea conquista Liga Europa no último minuto e mantém maldição do Benfica
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De maneira dramática, o Chelsea conquistou nesta quarta-feira o título da Liga Europa 2012/2013. Jogando na Amsterdam Arena, na Holanda, a equipe londrina comandada por Rafa Benítez venceu o Benfica por 2 a 1, graças a um gol de Branislav Ivanovic nos acréscimos, e faturou o segundo título mais importante do futebol europeu.
A conquista foi a quinta do Chelsea em nível continental. Campeão da Liga dos Campeões em 2012, o time venceu a Recopa Europeia 1971 e 1998, além da Supercopa da Europa de 1998. Assim, fecha a temporada com um título, após amargar tropeços nacionais. Curiosamente, o time detém os dois títulos mais importantes da Europa, já que o atual campeão da Liga dos Campeões ainda não foi definido.
Do lado português, a partida na Amsterdam Arena marcou a volta às finais europeias. O time já disputou títulos continentais em oito ocasiões, vencendo a Copa Europeia (atual Liga dos Campeões) em 1961 e 1962, mas perdendo em 1963, 1965, 1968, 1988 e 1990, além de perder a Copa da Uefa em 1983. Desta vez, acumulou mais um amargor.
Coincidentemente, a série de sete derrotas consecutivas em finais europeias dá sequência à "maldição" iniciada em 1962 pelo técnico húngaro Bela Guttmann. Então comandante da equipe lisboeta, ele deixou o time ao final da temporada 1961/1962 dizendo que nenhuma equipe portuguesa seria bicampeã continental (então caso do Benfica) e que o próprio clube encarnado passaria cem anos sem conquistar um título europeu. Passaram-se 51 anos desde então, sem um título do clube em tal nível.
Do lado londrino, um jogo sem inspiração acabou coroado com gols. O Benfica, por sua vez, pecou por não finalizar quando teve oportunidade, e sofreu sua segunda derrota dolorida em poucos dias - no fim de semana, a equipe do técnico Jorge Jesus perdeu para o Porto e deixou escapar a liderança invicta do Campeonato Português.
O jogo
O técnico Jorge Jesus surpreendeu ao sacar o atacante brasileiro Lima para a entrada do também brasileiro, mas naturalizado espanhol, Rodrigo. Logo ficou clara a intenção do Benfica: marcar o Chelsea em cima e atrapalhar a saída de bola inglesa. Rodrigo grudava em David Luiz e Enzo Pérez seguia Lampard, fazendo com que o Chelsea sofresse para sair de trás e tomasse pressão do time português, que trocava bons passes no meio de campo.
As primeiras chances foram do Benfica, que jogava melhor. Cardozo deu uma cabeçada perigosa e Salvio errou o alvo de dentro da área aos 11min, após jogada bem trabalhada. Os portugueses dominavam, mas pecavam pela demora finalizar, sempre preferindo um toque a mais. No meio de campo, o destaque era o volante sérvio Matic, bem na marcação e elegante na distribuição de jogo.
Do lado do Chelsea, os brasileiros iam mal. Ramires era ineficiente na ponta direita, David Luiz sofria para marcar Rodrigo e errava os passes mais ambiciosos, enquanto Oscar, sumido na ponta esquerda, pouco participava do jogo. Aos 14min, após nova confusão na área do Chelsea, novamente o time português demorou para concluir a jogada e perdeu a chance de marcar.
Jorge Jesus pedia que seu time avançasse a marcação, mas foi o Chelsea quem conseguiu equilibrar as ações a partir da metade do segundo tempo, com Mata e Torres finalmente pressionando os zagueiros do Benfica. O goleiro Artur teve trabalho em chutes de Oscar e Lampard de fora da área, mas o Chelsea seguia com dificuldades para criar. Já o Benfica mantinha a sina de não chutar a gol: aos 28min, Gaitán recebeu dentro da área e preferiu o cruzamento, que a defesa azul afastou.
O Benfica seguiu melhor no início do segundo tempo, conseguindo a primeira finalização aos 4min: Gaitán bateu para fora da entrada da área. Logo depois, Cardozo recebeu e ajeitou para a chegada de Rodrigo, que bateu prensado. E na jogada seguinte o gol chegou, mas a cabeçada certeira de Cardozo após cruzamento da direita foi invalidada por impedimento duvidoso. O Chelsea não conseguia sair do campo de defesa.
Mesmo assim, aos 16min, o time inglês "achou" seu gol. Cech jogou a bola com a mão até o meio de campo, Mata escorou, Garay falhou feio e permitiu que Torres saísse com a bola dominada de frente para o gol. O espanhol avançou em velocidade, se livrou de Luisão no corpo, driblou o goleiro Artur e tocou para fazer explodir a torcida azul situada logo atrás do gol do Benfica.
Jesus reagiu colocando Lima no lugar de Rodrigo, deixando o Benfica com dois finalizadores na frente, e o ponta Ola John na vaga do lateral Melgarejo, recuando Gaitán para a defesa. E o empate veio logo depois. Cardozo tentou uma "cavadinha" na área, e Azpilicueta interceptou com a mão: pênalti. O próprio Cardozo bateu forte e no meio do gol para deixar tudo igual em Amsterdã.
O Chelsea seguia jogando mal, errando passes e em ritmo lento. Mas quase fez mais um em novo erro da zaga do Benfica: Jardel, que substituiu o lesionado Garay, deixou Torres escapar de novo após lançamento longo, mas o espanhol errou o passe para Ramires na área. Aos 36min, Cardozo – que mal conseguia se movimentar, com cãibras – bateu de fora da área e exigiu boa defesa de Cech.
Aos 40min, Frank Lampard ainda assustou, chutando uma bola na trave. Porém, a redenção londrina veio nos acréscimos: aos 48min, Branislav Ivanovic balançou as redes, fez 2 a 1 para o Chelsea e assegurou a segunda conquista europeia da equipe em duas temporadas seguidas. Em Amsterdã, festa azul e tristeza vermelha.
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