Senegalês diz que foi alvo de racismo da torcida do Atlético
Na tarde deste domingo, o Levante venceu o Atlético de Madrid, no Ciutat de Valencia, e atrapalhou a equipe da capital na briga pelo título espanhol. Porém, outro fato chamou a atenção logo após o apito final. Ainda dentro de campo, o volante senegalês Pape Diop dançou em frente à torcida do Atlético de Madrid e foi cercado por jogadores da equipe colchonera, que achavam se tratar de uma provocação aos fãs. Depois do jogo, porém, o atleta contou que, naquele momento, estava dando uma resposta aos torcedores, que teriam praticado ofensas racistas contra ele.
“Chamaram-me de macaco, então, quando o jogo acabou, eu me virei e imitei um macaco”, disse Pape Diop, em entrevista ao jornal Marca. "Estou cansado de racismo no futebol. Já há muita prática deste tipo”, acrescentou o jogador, que estava na parte do campo próxima ao setor destinado aos torcedores do Atlético de Madrid quando o árbitro apitou o final do jogo.
De los gritos racistas contra Diop nadie dirá nada en Madrid claro. Ni habrá campaña platanera de marketing
— Rafa Marín (@rafamarin_super) 4 maio 2014
Neste momento, ele deu um chutão na bola para o alto e se virou para os fãs da equipe adversária. Depois, apareceu dançando de costas para as arquibancadas, e foi imediatamente cobrado pelos jogadores visitantes, que imaginavam se tratar de uma provocação. Pape Diop, entretanto, parecia consternado e foi acalmado, curiosamente, por Diego Costa – conhecido por ser “briguento” dentro das quatro linhas.
“(O racismo) é um tema que tem me afetado muito. Ia bater um escanteio e parte da torcida do Atlético começou a fazer gritos de macaco. Para responder, comecei a dançar, mas não insultei ninguém”, disse o senegalês. “Fiz a dança de um macaco para mostrar o que estava acontecendo. Queria que todos soubessem o que estava havendo”, acrescentou.
Logo depois destas declarações, o fato ganhou enorme repercussão nas redes sociais. Como o imaginado, o caso envolvendo o brasileiro Daniel Alves, que teve uma banana atirada contra si na partida diante do Villarreal, no último domingo, também voltou à tona. Alguns usuários do Twitter, por exemplo, questionaram se desta vez haveria uma campanha tão consistente como quando ocorreu no caso do lateral direito, que viu Neymar viralizar a campanha “somos todos macacos” na internet. Na ocasião, o agressor de Daniel Alves foi identificado, detido e banido do Estádio El Madrigal.