Técnico campeão da Copa do Mundo ganhou chuteira de Romário e aprendeu futebol no ‘berço’
Jorge Vilda superou o boicote das suas jogadoras para levar a Espanha ao título mundial
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Alvo de protestos das atletas da seleção, o técnico da Espanha Jorge Vilda driblou a desconfiança para levar a Espanha até a conquista inédita da Copa do Mundo Feminina com a vitória contra a Inglaterra por 1 a 0 neste domingo, 20, em Sidney, na Austrália. A taça coroa uma carreira que começou no ‘berço’ e contou com grandes referências do esporte ao logo da sua trajetória.
“Difícil descrever [a emoção pelo título], mas é uma alegria enorme, um orgulho treinar esse excelente time. Uma nova Espanha, que jogou muito, sabe sofrer também, que hoje é campeão do mundo. Assim que nós ouvimos o apito final, olhei para meus familiares, somos uma família pequena, mas muito unida e maravilhosa. Na Espanha, quero ver todo mundo na rua, com essa alegria e orgulho. Nós faremos isso aqui também”, falou Vilda após o jogo.
Jorge tentou ser jogador, mas teve a carreira interrompida por causa de uma lesão no joelho. Ainda na infância, seu pai assumiu o cargo de preparador físico do Barcelona, o que manteve o garoto muito próximo ao futebol. O time era comandado pela lenda Johan Cruyff.
Por que o técnico da Espanha enfrenta boicote?
Vilda gostava de acompanhar o pai no trabalho, e as idas ao CT do time espanhol renderam encontros com personalidades marcantes do esporte como Stoichkov e Romário. Foi do baixinho que ele ganhou uma chuteira de presente.
Jorge não se firmou na profissão de jogador, mas foi como técnico da base feminina da seleção espanhola, que ele fez carreira no esporte que o levaria ao título mundial neste domingo.
Começou como treinador da base, atuando na formação de nomes como Alexia Putellas e Mariona Caldentey, que chegariam com ele até a seleção principal. Na base, o técnico conquistou dois títulos europeus (2010 e 2011) e um vice-campeonato mundial (2014) no sub-17. Em 2015 assumiu a seleção principal, onde está há oito anos.
Boicote
No ano passado, 15 jogadoras da seleção, entre elas a melhor do mundo Alexia Putellas e Bonmatí assinaram um comunicado após e eliminação nas quartas de final da Euro, pedindo melhores condição de trabalho para Real Federação Espanhola.
O texto foi enfático ao solicitar a saída de Jorge Vilda do comando técnico. As queixas indicavam que havia assédio moral no trabalho da seleção, mas a Federação ignorou o pedido e manteve Vilda.
Parte importante do elenco espanhol abriu mão da convocação e não participou da Copa. Mapi León e Patri Guijarro, destaques do Barcelona, abdicaram das suas participações no time nacional.
Durante a disputa do torneio mundial, foi possível notar que as jogadoras se fecharam em busca do título, mas mantiveram a distância do treinador.
Tanto na festa do título, como nas comemorações de gols e classificações durante a competição, as atletas ignoravam Vilda, e não se aproximavam dele para vibrar as conquistas.
Apesar do mal estar, Jorge Vilda teve participação fundamental durante o campeonato que levou a Espanha ao título inédito da Copa do Mundo Feminina.
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