Japonês sem olhos puxados se empolga com fãs e pensa na Copa no Brasil
Em uma seleção com média de altura de 1,795 m, Mike Havenaar chama a atenção. Com 1,94 m, ele é muito alto e não tem os olhos puxados como todos os seus companheiros, mas é japonês. O centroavante, nascido em Hiroshima e filho de holandeses, deixa a Copa das Confederações de 2013 empolgado com o apoio dado à equipe pelos fãs brasileiros. Ele já pensa que o cenário pode se repetir também no Mundial de 2014.
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Os pais de Havenaar se mudaram da Holanda para o Japão em 1986. O motivo também foi o futebol, já que seu pai, o ex-goleiro Dido, deixou o ADO Den Haag e assinou contrato com o Mazda, clube de Hiroshima. O filho nasceu no ano seguinte e não teve dúvidas em defender a seleção de seu país natal.
“Irei a campo como um jogador japonês. Nasci e fui criado no Japão e sempre joguei com jogadores japoneses”, diz ele ao Terra, quando questionado sobre a possibilidade de futuramente enfrentar a Holanda.
Após jogar no Yokohama Marinos, no Avispa Fukuoka, no Sagan Tosu e no Ventforer Kofu, Havenaar passou a atuar justamente na Holanda e desde 2012 está no Vitesse, pelo qual marcou nove gols no último campeonato da primeira divisão.
Ele defendeu as seleções japonesas Sub-17, Sub-18, Sub-19 e Sub-20 antes de estrear pela principal, em agosto de 2011, já sob o comando do italiano Alberto Zaccheroni. Seus primeiros gols foram marcados um mês depois, ambos de cabeça na goelada por 8 a 0 sobre o Tadjquistão, pelas Eliminatórias Asiáticas para a Copa do Mundo de 2014.
No início de junho, o Japão se tornou a primeira seleção estrangeira a garantir vaga no Mundial do Brasil. Nessa competição, Havenaar espera que o apoio da torcida ao país asiático se repita como ocorreu na Copa das Confederações. “Foi muito surpreendente. Nós fomos ao campo, ouvimos a torcida e eles sempre estiveram conosco. Foi muito especial”, diz, sobre o comportamento do público na Arena Pernambuco, na derrota por 4 a 3 para a Itália.
Na Copa das Confederações, o camisa 11 de Zaccheroni só teve a oportunidade de jogar mesmo contra a Itália, quando entrou aos 34min do segundo tempo no lugar do meia Ryoichi Maeda. Não finalizou a gol, colecionou um impedimento e dois desarmes e apontou a maior experiência dos rivais como fator decisivo para o resultado.
Acumulando rodagem no futebol holandês, Havenaar ajudaria mais uma equipe que já tem 14 jogadores atuando na Europa, sendo o principal deles o meia Shinji Kagawa, do Manchester United. No futuro, Mike pode ainda aumentar a média de altura do time ao lado do irmão, Nikki, zagueiro do Nagoya Grampus, 18 anos, que já atuou na seleção Sub-17 do país. Desde 1992 seis dos nove técnicos do Japão foram estrangeiros, incluindo Zaccheroni. Em breve, os traços ocidentais vão se fazendo ver dentro de campo, não só na beirada dele.