Dois jogos que prometem ser duríssimos, em novembro, separam Portugal de sua sexta Copa do Mundo na história mundialista. A adversária pela vaga no Brasil é a Suécia de jogadores talentosos, especialmente Zlatan Ibrahimovic, mas os portugueses têm um trunfo importante. O espírito vencedor e bom retrospecto em jogos eliminatórios é a marca de uma geração que tem Cristiano Ronaldo como a principal liderança e um antigo padrinho.
Treinador de Portugal entre 2002 e 2008, Luiz Felipe Scolari concedeu a primeira oportunidade na seleção para nove dos 11 titulares que hoje atuam sob o comando de Paulo Bento. Não só Cristiano, mas toda a legião de jogadores que hoje representa os portugueses em nível internacional surgiu durante o trabalho de Felipão. As exceções são os jovens laterais João Pereira e Fábio Coentrão, seguintes à passagem do hoje treinador da Seleção Brasileira.
Coincidência ou não, a dureza em jogos eliminatórios faz parte do perfil do atual time português. Em três edições da Eurocopa (2004, 2008 e 2012), Portugal foi à final na primeira e até a semifinal na terceira, em que só foi eliminada nos pênaltis depois de empate sem gols durante 120 minutos. Na Euro 2008, os portugueses perderam para a Alemanha por 3 a 2 já nas quartas de final.
Em duas Copas do Mundo dentro desse período, Portugal chegou ao quarto lugar na edição de 2006 com Felipão. Pelo caminho, naquele ano, deixou Holanda e Inglaterra para trás até ser eliminada pela França de Zinedine Zidane. Já em 2010, sob o comando de Carlos Queiroz, os portugueses endureceram para a eventual campeã espanha, que ganhou por 1 a 0 nas oitavas de final.
Com características particulares, o duelo de repescagem, como contra a Suécia em novembro, também é uma especialidade do time português, ainda sem falhar nesse tipo de confronto nos últimos tempos.
Nas últimas duas grandes competições, a Copa do Mundo 2010 e a Eurocopa 2012, Portugal precisou passar pelo juízo final das duas Eliminatórias, sempre contra a Bósnia. Há três anos, venceu ambas as partidas por 1 a 0. Já para a Euro, empatou sem gols fora de casa e aplicou 6 a 2 dentro de seus domínios.
Diante dos suecos, a ordem dos mandos de campo será diferente. O primeiro jogo está marcado para 15 de novembro no Estádio da Luz, em Lisboa, e a decisão será na Friends Arena, em Solna, cidade vizinha à capital Estocolmo.
A Espanha já tem Thiago Alcântara, filho de brasileiros, e também quer Diego Costa, que nasceu no Sergipe. São apenas dois dos jogadores com sangue verde-amarelo que podem participar da Copa do Mundo de 2014. Na sequência, veja quem são os que têm Brasil, seja na identidade ou no sangue que corre nas veias
Foto: Getty Images
Edmar Aparecida (Ucrânia) - Aos 33 anos, é uma das opções ucranianas para o ataque. Joga no futebol do País desde 2002. Há duas temporadas, se juntou à seleção. Tem um gol marcado
Foto: Getty Images
Eduardo da Silva (Croácia) - Com toda sua formação como jogador no futebol croata, Eduardo estreou pela seleção Sub-21 em 2002. Já não tem mais o mesmo prestígio de outros tempos, mas ainda compõe o grupo que jogará a repescagem em novembro
Foto: Getty Images
Igor de Camargo (Bélgica) - Depois de nove anos atuando no futebol belga, o atacante Igor foi convocado para a seleção do país. Tem 30 anos, atua no Standard Liege e briga por um lugar no grupo já classificado para a Copa
Foto: Getty Images
Pepe (Portugal) - Está no futebol europeu desde os 18 anos, quando chegou ao Marítimo. Em duas temporadas já era titular do Porto e depois de outras três fazia parte da seleção portuguesa, chamado por Felipão. Alagoano, jogou a Copa 2010
Foto: Getty Images
Thiago Motta (Itália) - Volante que começou a carreira na base do Juventus da Mooca, tem avôs italianos e aceitou o convite para defender o País quando fazia sucesso pela Inter de Milão. Marcador implacável, deve estar no grupo de Cesare Prandelli
Foto: Getty Images
Thiago Alcântara (Espanha) - Filho do brasileiro Mazinho, nasceu na Itália, quando o pai defendia o Bari, mas passou a infância no Brasil e até jogou no Flamengo quando criança. Formado pelo Barcelona, optou pela Espanha e se transferiu recentemente para o Bayern de Munique
Foto: Getty Images
Bruno Alves (Portugal) - Zagueiro da seleção portuguesa, é filho de Washington, que jogou pelo Flamengo nos anos 80, e sobrinho de Geraldo, que também era do Fla e morreu precocemente aos 22 anos. Estreou com Portugal em 2007 pelas mãos de Luiz Felipe Scolari e esteve na Copa 2010
Foto: Getty Images
Giovani dos Santos (México) - Atua pela seleção mexicana desde 2007, mas é filho de pai brasileiro, o ex-jogador Zizinho. É um dos líderes do time mexicano
Foto: Getty Images
Jonathan dos Santos (México) - Irmão mais novo de Giovani, portanto também filho do ex-jogador brasileiro Zizinho, compõe o elenco do Barcelona. Chegou a ser chamado pelo México na Copa 2010, mas foi cortado na última lista. Está em busca de oportunidade na seleção que jogará a repescagem contra a Nova Zelândia em novembro
Foto: Getty Images
Diego Costa (Espanha?) - É nesse momento alvo de disputa da CBF e da Real Federação Espanhola por seu futebol. Já jogou pelo Brasil em dois amistosos no início do ano, mas nova regulamentação da Fifa permite que ele ainda defenda os espanhóis. Destaque pelo Atlético de Madrid-ESP, o atacante sergipano nunca atuou por clubes brasileiros