Alemães chegam ao Rio em voos extras e fretados para final
Não são só os argentinos que decidiram de última hora ir ao Rio de Janeiro depois que a sua seleção se classificou para a final da Copa do Mundo, no domingo. Os alemães também já estão desembarcando na cidade. É verdade que a distância maior - são cerca de 11h de voo direto de Frankfurt para o Rio - e o custo mais elevado dificultam a viagem de um número grande de alemães, mas vários decidiram ir depois que a Alemanha ganhou do Brasil na semifinal de terça-feira.
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Justamente por causa da demanda, a empresa aérea Lufthansa disponibilizou um voo extra partindo de Frankfurt, que chegou ao Rio na manhã desta sexta-feira. O boeing 747-8 que pousou no Aeroporto Internacional do Galeão tem capacidade para 360 pessoas. E a companhia afirma que, desde que a Alemanha ganhou de 7 a 1 do Brasil, os voos regulares diretos estão deixando as cidades de Frankfurt e Munique mais cheios. Os torcedores que não acham lugar nos aviões para o Rio estão indo para São Paulo, de onde pegam outros voos. Além disso, uma torcida organizada alemã fretou uma aeronave para ir ao Rio e acompanhar partida lá.
O Consulado da Alemanha no Rio estima que cerca de 8 mil alemães estejam na capital fluminense para a final. O consulado vai organizar uma grande festa em um quiosque na Praia do Leme, arrendado especialmente para receber a torcida do país. Além de rodadas grátis de chope a cada gol que a Alemanha fizer (limitado ao número de três gols), haverá bolão e apresentação de DJ alemão desde a manhã de domingo. A previsão é que o quiosque, batizado de Tor! (gol, em alemão), já reúna torcedores desde as 6h (de Brasília) de domingo, quando dez ônibus trazendo alemães do Aeroporto Internacional do Galeão devem estacionar no local.
O alemão Joachim Wagner, 47 anos, chegou na tarde desta sexta-feira ao Rio, depois de percorrer várias cidades do Brasil para ver a Alemanha jogando. Ele decidiu ir ao País depois do término de um namoro e aproveitou que tem um amigo morando em Belo Horizonte para conhecer o Brasil. Com ingressos para a final no Maracanã, Wagner, que trabalha como vendedor na Alemanha, disse que a seleção de seu país vem evoluindo. "Eles começaram bem, depois diminuíram o ritmo e agora melhoraram. O goleiro é muito bom, não deixa passar nada", disse Wagner. Para ele, que chegou no Brasil em 20 de junho, seguir a seleção é um sonho. "Nunca tinha ido a uma final de Copa do Mundo", contou.
Morando no Brasil desde 1998, o alemão Armin Weichert, 51 anos, sonha com a possibilidade de algum alemão desistir de ir ao Brasil para conseguir comprar um ingresso para a final no Maracanã. É que uma torcida organizada da seleção alemã fretou um avião para ir ao Rio ver a partida e ele tem esperanças de conseguir uma vaga no grupo. Segundo Weichert, o avião deve chegar ao Rio neste sábado, trazendo torcedores de Frankfurt, que ficarão hospedados em Cabo Frio, cidade a cerca de duas horas da capital. "Espero que eles não consigam vender todos os ingressos que têm e sobre um para mim", disse Weichert.
Casado com uma brasileira, Weichert contou que vários amigos que moram na Alemanha estão tentando ver a final. "No meu Facebook, toda hora aparece alguém perguntando por ingressos. Passagem não é tão difícil", afirmou.
Dono do restaurante alemão Mike's Haus, o alemão Michael Wanke, de 59 anos, mora no Rio de Janeiro desde 1993 e estima que cerca de 70 pessoas compareçam ao estabelecimento para torcer bebendo cerveja de seu país. Ele conta que na partida contra o Brasil ficou feliz apenas até o quinto gol alemão. Depois, ficou com pena dos brasileiros, pois mora no Rio há mais de 20 anos. Agora, na final, espera uma vitória de 2 a 0 contra a Argentina. “Temos um time entrosado, compacto. Apesar de a Argentina ter o Messi, nós temos jogadores melhores. Messi vai tentar dar trabalho, então temos que fazer uma marcação forte nele”, disse.
