Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Conheça o Violette, time do Haiti que teve oito jogadores com visto negado e eliminou clube da MLS

Equipe haitiana é a primeira a avançar às quartas de final na história da Concachampions, teve de arranjar jogadores às pressas e ficou dez meses fora dos gramados por causa da violência no país

16 mar 2023 - 17h04
(atualizado em 16/3/2023 às 11h47)
Compartilhar
Exibir comentários

O Violette, pequeno clube do Haiti, conquistou um feito histórico nesta quarta-feira. Pela Concachampions - a Liga dos Campeões da América do Norte, Central e Caribe -, a equipe eliminou o Austin F.C., time da Major League Soccer (MLS), fora de casa e sem oito atletas, que tiveram seus vistos negados para entrar nos Estados Unidos.

Com a classificação, o Violette se tornou o primeiro time haitiano a avançar às quartas de final da competição. Na partida de ida, com seu time completo, ele derrotou o Austin, quarto colocado na MLS, por 3 a 0. Na volta, se segurou com um time composto por atletas semi-amadores e com apenas três jogadores no banco de reservas. A derrota por 2 a 0 não evitou a classificação da equipe.

Ao todo, 13 jogadores relacionados pelo Violette não puderam entrar nos EUA. Destes, oito tiveram o visto negado no aeroporto, por receio de que os haitianos buscassem asilo no país norte-americano. Além dessa falta de atletas no elenco, o Violette também convive com a realidade de violência no Haiti, que teve um crescimento após o assassinato do presidente Jovenel Moise, em 2021.

Contra o Austin, pela partida de ida, a equipe teve de mandar seu jogo na República Dominicana, país com o qual faz fronteira na Ilha de São Domingo. Além disso, esse foi o primeiro jogo da equipe em dez meses, já que o futebol foi paralisado no país por causa dos índices de violência, com o controle de gangues nos centros urbanos.

Antes de resistir aos 33 chutes do Austin no jogo de volta e garantir a classificação, o elenco teve de lidar com esse processo de isolamento do futebol. Ao longo dos últimos dez meses, os jogadores tentavam se reunir semanalmente para conversar e manter o mínimo de contato em meio à violência no país.

"Passamos por muita coisa juntos. Não tínhamos nossos melhores jogadores, lutamos, lutamos e lutamos. Isso significa muito para nós", afirmou Steeven Saba ao fim da partida que classificou o Violette. "Não vamos parar de lutar, não importa o que aconteça. Estamos fazendo isso pelo nosso país, estamos fazendo isso pelos meninos em casa, os sete, oito meninos que não puderam vir conosco."

Esta não é a primeira vez que um time é desfalcado por não obter o visto de entrada nos Estados Unidos. No último ano, o Léogâne's Cavaly, também do Haiti, teve de desistir de uma partida diante do New England Revolution por não obter o número suficiente de jogadores para iniciar a partida. Antes da partida de volta entre Violette e Austin, a Concacaf tinha preocupação se haveria condições de realizar o duelo.

Ao todo, 14 jogadores estiveram na súmula do Violette para o jogo da última quarta-feira. Quatro foram selecionados às pressas para completar o time, por terem o visto de entrada ou por já residerem nos EUA, sendo que dois deles defendem o Motown, time amador de Nova Jersey.

"Os jogadores mostraram que não importa a adversidade que enfrentamos, eles precisam continuar, precisam ser fortes para enfrentar esses desafios", disse Webens Prinsimé, técnico da equipe, após a partida. "Nós mantemos na mente que podemos vencer esta competição. Sabemos que temos muitas equipes boas no Haiti, mas os jogadores têm de confiar que podem fazer tudo dentro de campo."

Fundado em 1918, o Violette tem como uma de suas principais conquista a Copa dos Campeões da Concacaf de 1984, o equivalente à Concachampions.

Estadão
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade