Rivais, santistas revivem 1995 e provocam Botafogo até com bandeira
- Dassler Marques
- Direto de Santos
Entre perder o jogo para atrapalhar o rival Corinthians ou vencer o Botafogo para vingar um pouco do gostinho do título brasileiro perdido em 1995, o Santos preferiu agir como time grande que é. Assim sendo, mesmo com público de pouco mais de 5 mil pagantes, a Vila Belmiro se mobilizou para evitar que os botafoguenses, após mais de quatro anos, voltassem a liderar o Campeonato Brasileiro.
O ponto alto da noite, no que diz respeito à final da Série A realizada há 16 anos, ocorreu justamente no setor abaixo ao que recebia uma animada e presente torcida do Botafogo na Vila. Santistas, que não se esquecem até hoje da arbitragem trágica de Márcio Resende de Freitas naquela decisão, exibiram em uma bandeira: "Santos Futebol Clube, campeão brasileiro de 1995".
Naquela final, que terminou com placar de 1 a 1, a arbitragem teve interferência direta no resultado: Túlio abriu a contagem, impedido, a favor do Botafogo. O Santos, que empatou de forma duvidosa com Marcelo Passos, também reclama gol legal de Camanducaia, que perdeu a chance de ser o herói do título ao marcar e ver a jogada ser invalidada por impedimento inexistente.
Após o jogo na Vila Belmiro, o capitão Edu Dracena se recordou do fato. "Alguns podem se lembrar de 95 e o Santos conseguiu uma excelente vitória. Foi bem superior ao longo dos 90 minutos e é o time que o torcedor gosta de ver, lutando desde o início", lembrou Edu.
Manifestações isoladas de torcedores que pediam para que o Santos entregasse a partida para tirar o Corinthians da liderança, no fim das contas, foram abafadas por uma torcida que, mesmo em número modesto, vibrou como em poucas vezes neste Brasileiro com a vitória contra o Botafogo, ainda terceiro colocado. "O Santos nunca vai entregar jogo nenhum", salientou Neymar, autor de um golaço.
Rivais desde os anos 60, quando monopolizavam as manchetes do futebol brasileiro por mostrar o futebol mais vistoso do País, santistas e botafoguenses se reencontraram para mais um jogo importante que, como naqueles tempos, terminou melhor para o time da camisa branca.
Na decisão da Taça Brasil de 1962, Santos 5 x 0 Botafogo. Na semifinal da Copa Libertadores de 63, outra goleada: Santos 4 x 0 Botafogo. O duelo da última quarta ficará marcado pelos golaços de Neymar e Borges e também pelo jogo em que os santistas se recusaram a sequer pensar em entregar para prejudicar um rival. Tudo em nome da própria história.
A decisão de 1995
Santos 1 x 1 Botafogo
Santos: Edinho; Marquinhos Capixaba, Ronaldo, Narciso e Marcos Adriano; Carlinhos, Marcelo Passos e Robert (Macedo); Jamelli, Giovanni e Camanducaia
Treinador: Cabralzinho
Botafogo: Wágner; Wilson Goiano, Gottardo, Gonçalves e André Silva (Moisés); Leandro, Jamir, Beto e Sérgio Manoel; Donizete e Túlio
Treinador: Paulo Autuori
Data: 17/12/1995
Estádo: Pacaembu
Públco: 31.488
Árbitro: Márcio Resende de Freitas (MG)
Gols: Túlio (Botafogo), aos 24min do primeiro tempo, e Marcelo Passos (Santos), a 1min do segundo tempo