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Especialistas apontam erros graves do Flamengo no contêiner

Medidas simples poderiam ter evitado a morte dos dez garotos

12 fev 2019 - 04h40
(atualizado às 07h42)
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Uma tragédia provocada por uma sucessão de erros e uma oportunidade para repensar estratégias. Especialistas em prevenção a incêndios ouvidos pelo "Estado" afirmam que a tragédia no alojamento do Flamengo serve como reflexão, principalmente para se determinar novos parâmetros de segurança.

Vista aérea do local onde um incêndio deixou dez mortos e três pessoas feridas, uma delas em estado grave, no Centro de Treinamento do Flamengo
Vista aérea do local onde um incêndio deixou dez mortos e três pessoas feridas, uma delas em estado grave, no Centro de Treinamento do Flamengo
Foto: Fábio Motta / Estadão Conteúdo

Para o professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em incêndios Valdir Pignatta e Silva, a tragédia da última sexta no Ninho do Urubu pode ter um impacto similar ao dos incêndios nos edifícios Andraus e Joelma, em São Paulo, na década de 1970. Depois desses episódios, as regulamentações e vistorias se tornaram mais rígidas.

"Com áreas pequenas, como era o caso do Flamengo, os bombeiros não costumam fazer exigências, porque se supõe que as pessoas vão deixar o local facilmente. Mas vamos ter de repensar isso. Temos sempre que aprender com os grandes incêndios. Fogo em um alojamento montado em um contêiner é inédito", explicou.

O professor explicou que um possível problema foi o clube ter colocado grades nas janelas do contêiner. A medida buscava evitar furtos, mas dificultou a tentativa dos garotos de fugirem das chamas.

Na opinião do consultor em gerenciamento de riscos Marcelo Augusto Souza, o maior problema não foi a escolha pelo contêiner, mas sim a falta de medidas simples. "Se tivesse sensores de temperatura com uma sirene, existiria tempo para fugir. Mas a fumaça tomou conta do espaço antes mesmo de qualquer reação", explicou o especialista, que trabalha há 20 anos na área.

Segundo o consultor, a fiscalização do poder público sobre incêndios costuma ser falha. "Nunca vai se estar 100% seguro contra o fogo. No máximo se pode diminuir a probabilidade de que algo grave aconteça", afirmou.

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Estadão
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