E se? Temporada da F1 também foi comédia de erros e presentes de Natal antecipados
Max Verstappen foi alfinetado por uma pergunta depois de perder o título da temporada de Fórmula 1 para Lando Norris no domingo.
Depois de lembrar ao tetracampeão mundial que ele havia perdido o título para seu rival da McLaren por dois pontos, um repórter perguntou ao piloto da Red Bull se ele se arrependia de um incidente com George Russell, da Mercedes, no Grande Prêmio da Espanha, em junho.
Essa colisão provocou uma penalidade de 10 segundos e derrubou o holandês do quinto para o décimo lugar -- a perda de nove preciosos pontos.
"Você se esquece de todas as outras coisas que aconteceram na minha temporada. A única coisa que você menciona é Barcelona. Eu sabia que isso aconteceria. Você está me dando um sorriso estúpido agora", respondeu Verstappen ao seu interlocutor, fixando o repórter com um olhar gelado.
"Faz parte da corrida no final. Você vive e aprende. É uma das 24 etapas. Eu também recebi muitos presentes de Natal antecipados na segunda metade (da temporada), então você também pode questionar isso."
Verstappen terminou a campanha com mais vitórias do que qualquer outro, oito, contra sete de Norris e sete do companheiro dele na McLaren, Oscar Piastri, e quase conseguiu a maior recuperação de pontos do esporte, depois de estar a 104 pontos da liderança no final de agosto.
Sua façanha será comentada nos próximos anos e foi ajudada pelas falhas de outros, bem como por sua própria genialidade ao volante.
PONTOS QUE ESCAPARAM
Inevitavelmente, quando a poeira baixou na batalha tripla que terminou com o trio da frente separado por 13 pontos, houve discussão -- embora inútil, no final das contas -- sobre os cenários hipotéticos.
Toda temporada tem esses cenários e, assim como os pescadores falam sobre o mítico peixe grande que escapou, as conversas entre os torcedores nos próximos anos inevitavelmente voltarão aos momentos que poderiam ter produzido um resultado alternativo.
Cada um dos três candidatos ao título os teve em 2025: Norris poderia ter tido uma corrida mais fácil para conquistar seu primeiro título se não tivesse batido na traseira do carro de Piastri e se retirado no Canadá a três voltas do final.
O britânico ganhou três pontos de seu companheiro de equipe na Itália depois que eles trocaram de posição como compensação por um pitstop lento que Norris sofreu depois de ter a garantia de que não perderia.
Norris também sofreu uma parada mecânica na Holanda quando corria em segundo lugar e ambas as McLarens foram desclassificadas em Las Vegas, uma falha que manteve Verstappen na disputa contra as probabilidades.
A história também poderia ter sido muito diferente se o novato da Mercedes, Kimi Antonelli, não tivesse cometido um erro e perdido momentaneamente o controle do carro no Catar, a corrida anterior a Abu Dhabi, permitindo que Norris passasse e assumisse o quarto lugar na penúltima volta -- um ganho vital de dois pontos.
O italiano, que recebeu abusos e ameaças de morte nas mídias sociais, pediu desculpas a Verstappen após a corrida de domingo.
Piastri venceu cinco das nove primeiras corridas e depois nenhuma das nove últimas, enquanto Verstappen ganhava, pois as esperanças do australiano no Catar foram frustradas por um erro de estratégia da equipe enquanto ele liderava.
E se Piastri não tivesse batido e se retirado na primeira volta no Azerbaijão ou derrapado na abertura da temporada em Melbourne, terminando em nono lugar em vez de no pódio?
Houve também penalidades controversas em Silverstone e no Brasil.
Norris reconheceu que pequenas margens e pequenos detalhes têm consequências enormes em um esporte medido em microssegundos e milímetros.
"Foi por pouco", disse ele sobre uma ultrapassagem importante sobre Yuki Tsunoda, da Red Bull, na corrida de domingo, que o fez sair da pista. "Você pensa: 'Droga, se foi cinco centímetros mais perto - acabou'."
"A três voltas do fim, a quatro voltas do fim, parei de pegar qualquer meio-fio porque pensei: 'se isso fizer com que uma parte do carro se desfaça, acabou'."