Queda brusca de receita vai agravar crise do Cruzeiro
O Cruzeiro deixará de receber pelo menos 100 milhões de reais por causa de sua queda à Série B do Brasileiro e da não-participação em nenhuma competição internacional de 2020. Isso obrigará o clube a se desfazer de seus principais jogadores nas próximas semanas. O orçamento do futebol para o ano que vem será um dos mais enxutos das últimas décadas do clube.
Tudo isso trará outros problemas para o Cruzeiro, afetando bastante a questão técnica. Sem condições de montar um time competitivo, dificilmente poderá lutar por uma posição mais privilegiada na Copa do Brasil.
Com uma dívida atual em torno de R$ 520 milhões, o cenário dos próximos meses para o Cruzeiro é sombrio. A cota fixa pela presença na Série B é muito pequena – cerca de R$ 8 milhões. Se quiser abrir mão disso e apostar no retorno pela venda do direito de transmissão de jogos para o pay-per-view, deve faturar mais. Nada tão expressivo assim.
Nesse domingo (8), se conseguisse se livrar do rebaixamento, o Cruzeiro fecharia o Brasileiro com R$ 64,5 milhões – dinheiro que lhe caberia pela transmissão dos jogos. Mas, com o 17º lugar, perdeu o direito de receber R$ 11 milhões. Em 2019, a premiação para cada clube contemplou os 16 melhores. Até o ano passado, englobava os 20 participantes.
O impacto do desastre no Brasileiro foi maior por não ter se classificado nem para a Libertadores, nem para a Copa Sul-Americana de 2020. Em 2019, o Cruzeiro teve direito a R$ 16 milhões por ter disputado a Libertadores. Neste ano, ganhou ainda R$ 12,5 pela presença na Copa do Brasil.
Com o time na Segunda Divisão, também recai sobre o clube a desvalorização para negociar contratos pontuais. Isso é outro fator que agrava a queda de receita para 2020.