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Palmas para Bruno Henrique, sinal vermelho para Bruno Lage

Técnico português perde segunda seguida por mexidas ruins no Botafogo, enquanto capitão do Flamengo é mais uma vez decisivo em clássico

3 set 2023 - 00h35
(atualizado às 00h59)
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Bruno Henrique celebra gol da vitória contra o Botafogo
Bruno Henrique celebra gol da vitória contra o Botafogo
Foto: Thiago Ribeiro/Agif/Gazeta Press

É verdade que, de Bruno Henrique, fazendo valer a fama de Rei dos Clássicos, sempre se pode esperar o melhor em jogos grandes e decisivos. Em sua clássica puxada da esquerda para o meio, ele acertou o ângulo de Lucas Perri, garantiu a vitória para o Flamengo sobre o Botafogo e chegou à marca de 16 gols contra os maiores rivais do Rio.

Por outro lado, sem desmerecer o ídolo rubro-negro, dono da braçadeira de capitão na ausência do reserva Gabigol, sua missão no Nilton Santos foi facilitada pelo xará Bruno Lage, treinador botafoguense que viveu outra noite infeliz no comando do líder do Brasileirão. O português barrou Di Placido e bancou a escalação de JP Galvão, que levou um baile de Bruno Henrique e foi driblado no lance do segundo gol do Flamengo.

Além de JP, o técnico também errou ao insistir com Segovinha de titular e fragilizar ainda mais o lado direito da defesa do Botafogo, descaracterizando o estilo de mais imposição física e jogo direto consagrado pelo antecessor Luís Castro. O jovem atacante paraguaio funcionava melhor saindo do banco em cenários em que o time demandava maior controle de bola, o que não era o caso do clássico deste sábado.

Mobilizada pela campanha no Brasileiro, a torcida alvinegra começa a se alarmar com as escolhas questionáveis do treinador. Uma coisa é buscar equilíbrio e variações táticas. Outra é tentar impor o próprio estilo sem respeitar as características da equipe e do adversário.

Lage tem se aproximado mais da segunda opção, pecando em escolhas como Eduardo jogando na referência de ataque, Tchê Tchê deslocado do meio para a direita, que, juntamente a uma má dosagem de jogadores poupados, custou a eliminação na Sul-Americana, e JP e Segovinha como titulares, que culminou na primeira derrota como mandante no Brasileirão em 12 jogos.

Enquanto Jorge Sampaoli ganhou um respiro no Flamengo com a vitória no clássico, acende-se sinal vermelho para o trabalho de Bruno Lage, que conseguiu piorar sua situação ao chutar o balde na entrevista coletiva pós-jogo e colocar o cargo à disposição da diretoria. A vantagem na liderança ainda é confortável, mas o time alvinegro precisa retomar sua essência para não correr o risco de ver concorrentes piscarem o farol no retrovisor até o fim do campeonato. As duas derrotas seguidas, na Sula e no clássico, deixam lições sobre erros que o técnico português — ou um eventual substituto — não pode mais cometer.

Por falar em erros, o árbitro Raphael Claus também se equivocou ao não marcar o empurrão de Wesley em Tchê Tchê em jogada anterior ao golaço de Bruno Henrique. Porém, o Flamengo rodou a bola por quase um minuto, tempo suficiente para a recomposição defensiva do Botafogo. O grande pecado foi Lage não enxergar que o gol já estava se desenhando desde o primeiro tempo, fruto de equívocos que não deveriam dar margem a nenhum tipo de chororô por parte do treinador.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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