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Jobson é o segundo flagrado por uso de cocaína em 2009

29 dez 2009 - 15h02
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Paulo Murilo Valporto
Direto do Rio de Janeiro

Em 2009, o futebol brasileiro teve seis casos de doping comprovados. Além do atacante Jobson, ex-Botafogo, que será julgado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da CBF no começo de fevereiro de 2009, Marcio Santos, do ABC; Jair, do Bragantino - por uso de cocaína -; Ailson e Cláudio Luís, do Brasiliense; e Abimael, do Araguaia-MT, também foram punidos por uso de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidopagem (Wada).

A substância isometepteno, presente em remédios para dor de cabeça como a Neosaldina, foi encontrada nos exames de Ailson, Cláudio Luís e Abimael. Já na urina de Marcio Santos havia um metabólito do clostebol. Por sua vez, o volante Jair, do Bragantino, foi flagrado por uso de cocaína, devido à presença no organismo dos metabólitos benzoilecgoninca e metilecgonina.

O caso mais grave e parecido com o de Jobson é justamente o de Jair. O jogador, que atuava no Atlético-GO, foi pego depois da vitória por 2 a 1 sobre o América-RN, no dia 9 de maio, pelo Campeonato Brasileiro da série B. Pouco depois, ele se transferiu para o Bragantino. O STJD o puniu com 120 dias de suspensão.

No entanto, a situação de Jobson é bem mais grave e ele corre o risco de ser banido do futebol por ser reincidente. A Wada determina que o atleta flagrado duas vezes por uso de substâncias proibidas seja excluído do esporte para sempre. O advogado Carlos Portinho, que defenderá o atacante, já traçou a estratégia: para ele, não houve reincidência porque o jogador desconhecia o resultado (positivo) do primeiro exame quando se submeteu ao segundo teste.

Jobson foi pego pela primeira vez no dia 8 de novembro, na vitória por 2 a 1 do Botafogo sobre o Coritiba. No dia 6 de dezembro, foi o autor de um dos gols no triunfo por 2 a 1 sobre o Palmeiras, que salvou o time do rebaixamento. O atacante jura que cheirou cocaína apenas uma vez. Porém, o médico gaúcho Eduardo De Rose, membro brasileiro da Wada, considera isto impossível, já que presença da droga deixa de ser observada nos exames de urina após sete dias.

"Em trinta anos, é a primeira vez que eu vejo um atleta ser pego pela segunda vez, sem ter cumprido a punição pelo primeiro doping", afirmou De Rose.

Caso Dodô

Considerada uma "droga social", que não melhora o rendimento dos jogadores, a cocaína pode destruir a carreira de Jobson. "A legislação não tem a preocupação com a saúde e o futuro do atleta que usa esse tipo de substância", lamenta Portinho, que, em 2008, conseguiu a proeza de absolver Dodô no STJD, depois que o centroavante, que na época atuava no Botafogo, foi pego por uso de femproporex.

A decisão improvável dos magistrados chamou a atenção da Fifa, e, num outro julgamento, na Corte Internacional Arbitral, na Suíça, ele foi suspenso dois anos.Substância usada por pugilistas desonestos para se manterem no peso ideal, o femproporex somente causa o efeito desejado se usado com frequência. Em 2008, Dodô tinha se submetido a quatro exames de urina e em apenas em um deles a substância proibida foi encontrada. Exames posteriores, nos laboratórios da USP, mostraram que as cápsulas estavam contaminadas, e que, por isso, o consumo fora involuntário.

Portinho teme uma possível nova intervenção da Fifa, caso o STJD não suspenda Jobson de dois a quatro anos. Sobre a vitória na defesa de Dodô, comentou: "femproporex é um inibidor de apetite classificado como estimulante. Ele passa a ser dopante com o uso prolongado. O Dodô sempre foi um jogador de conduta impecável, que em 15 anos como profissional havia sido expulso de campo somente uma vez. Realmente, me causou surpresa o interesse da Fifa pelo caso".

As drogas consideradas sociais já causaram o desgaste na imagem de muitos atletas, destacados ou não. É o caso do zagueiro Renato Silva, ex-Fluminense, e de Giba, considerado o melhor jogador de vôlei do mundo. Ambos já foram pegos em exames antidoping por consumo de maconha.

Campos Beterraba

O primeiro caso de doping comprovado no futebol brasileiro aconteceu no dia 18 de novembro de 1973, na vitória do Atlético-MG por 2 a 1 sobre o Vasco, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro daquele ano.

Atacante do time mineiro, Campos passou a soltar uma gosma estranha pelos cantos da boca no segundo tempo, o que deixou os vascaínos em alerta. Escalado para o antidoping, ele tinha o estimulante efedrina na urina. Alegou que consumia apenas os remédios receitados pelo médico do clube, Haroldo Lopes da Costa, e que tomava muito suco de beterraba, daí a coloração avermelhada do líquido recolhido no vestiário.

Campos ficou seis meses suspenso. Quando voltou, passou a ser saudado pelas torcidas rivais como "Campos Beterraba". Saiu do Atlético-MG, defendeu mais de vinte clubes e, em 1985, encerrou a carreira no Marília-SP. Ele, assim como Jobson, tinha 21 anos de idade - e uma vida inteira pela frente.

Jobson gol 301x401
Jobson gol 301x401
Foto: Agência Lance
Fonte: Terra
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