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Apesar do crescimento recente, basquete ainda depende de parceiros

Projetos são pensados para apenas uma temporada, o que afasta grandes jogadores do Brasil

17 fev 2019 - 04h43
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Apesar de viverem em um momento de crescimento desde a criação do NBB, que está em sua 11.ª edição, os times brasileiros de basquete sofrem com a dependência de seus parceiros. Tanto que a maioria dos projetos é feita para uma temporada. Se tudo correr bem, o vínculo é renovado. Se não, o clube simplesmente acaba. Foi o que aconteceu com o multicampeão Brasília em 2017.

Essa incerteza afasta do País os grandes jogadores, interessados em contratos mais longos e estáveis, e dificulta o desenvolvimento de novos valores nas quadra. "Hoje não é possível fazer gestão de basquete no Brasil sem um grande patrocinador, principalmente para disputar um NBB e ter um time de alto nível." Quem faz a afirmação é o presidente do Sesi Franca Basquete, Luis Prior, que assumiu a equipe na temporada 2015.

Para tentar quebrar esse ciclo, Franca tem usado o momento de estabilidade para buscar alternativas para arrecadar dinheiro. "Estamos criando várias propriedades para explorar todas as possibilidades de gerar novas receitas", diz o cartola. "Dentre elas posso citar as placas de Led em todos os jogos. Então, temos uma boa venda desses espaços, principalmente nos jogos com TV."

Outra aposta é no projeto de sócio-torcedor, assim como fazem os clubes de futebol. "Quando chegamos, tinha algo em torno de 500 sócios e hoje temos 1.700. Essa é uma de nossas principais fontes de renda e deve crescer com conquistas."

Os planos variam de R$ 120 a R$ 1.560 e dão aos proprietários os mais diversos benefícios, como a participação em brincadeiras durante os jogos, sorteios e descontos na loja oficial.

A Liga Nacional de Basquete (LNB), organizadora do NBB, sabe dos problemas financeiros enfrentados pelas equipes e diz trabalhar para solidificar a competição e, desta forma, torná-la atrativa para os anunciantes. "A preocupação da Liga é dar aos times estrutura administrativa profissional, desenvolvendo a parte de marketing e comunicação. Esses dois fatores são fundamentais para poder vincular o patrocinador ao clube e tirar dele um retorno", diz o presidente da LNB, Kouros Monadjemi.

Nesta edição, 75% das partidas têm transmissão ao vivo, com Facebook (segunda-feira), ESPN (terça), Twitter (quarta), BandSports (quinta), Fox Sports (sexta) e Band (sábado).

Para Monadjemi, é importante criar mais atrativos nas partidas. "Haja visto o exemplo de Franca, que, com a profissionalização de sua gestão, tem receita interessante, fora da camisa e de placas, mas da sua parte de alimentação, ingressos e shows. Uma atividade paralela que ajuda a atrair o torcedor."

A Liga ainda projeta em médio prazo conseguir ajudar as equipes com a totalidade de gastos como locomoção, alojamento, alimentação e arbitragem do NBB.

Estadão
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