MotoGP: Precisamos falar de Marco Bezzecchi
De contestado a protagonista: Bezzecchi venceu, voltou ao pódio e hoje carrega a Aprilia no Mundial
Marco Bezzecchi chegou à Aprilia cercado de desconfiança. Mesmo contando com o respaldo de Massimo Rívola que sonhava em ter um piloto italiano na equipe, muitos críticos se apegaram ao fraco desempenho de seu último ano na MotoGP com a VR46 para considerar sua contratação uma aposta arriscada da casa de Noale. O jovem piloto ainda desembarcava com o rótulo de “segundo piloto”, já que a Aprilia também havia fechado com Jorge Martín, então campeão mundial.
A estreia do espanhol, porém, foi turbulenta: dois acidentes na pré-temporada e, em seguida, uma queda grave no GP do Catar que o afastou das pistas por boa parte do campeonato. Nesse período, Martín chegou a dar sinais de insatisfação e cogitou acionar uma cláusula de performance para deixar a equipe, mas Rívola se manteve firme para segurá-lo.
Em meio ao caos, a virada veio pelas mãos de Bezzecchi. Após mais de 600 dias longe do degrau mais alto do pódio, ele conquistou uma vitória marcante no GP da Grã-Bretanha. O triunfo foi também um recado de Rivola a Martín e aos críticos: “Nossa moto pode vencer.”
A partir daí, Bezzecchi seguiu crescendo. Pela primeira vez na carreira, participou ativamente do desenvolvimento de uma moto e os resultados começaram a aparecer. Em Assen, somou dois pódios: terceiro na sprint e segundo na corrida principal. Na Alemanha, brilhou novamente ao terminar em segundo na sprint, mas uma queda quando ocupava a vice-liderança frustrou suas chances de novo pódio no domingo.
Em Brno, Martín finalmente voltou às pistas, mas foi Bezzecchi quem se destacou, conquistando o segundo lugar no Grande Prêmio da República Tcheca. Depois, garantiu um terceiro na corrida principal na Áustria após pole inédita e novamente em terceiro no GP da Hungria, etapa inédita no calendário.
Com consistência e maturidade, Bezzecchi se consolidou como o grande nome da Aprilia em 2025. Hoje ocupa a 4ª posição no Mundial de Pilotos sendo o único não-Ducati dentro do top 4. De criticado e tratado como “segundo piloto” atrás do campeão Jorge Martín, o italiano deu a volta por cima: venceu, voltou ao pódio com regularidade e se tornou o principal rosto da equipe, além de ser o único capaz de desafiar o domínio da Ducati na MotoGP.
A MotoGP retorna neste final de semana, do dia 05 ao 06 de setembro com o Grande Prêmio da Catalunha. As atividades são transmitidas por ESPN4 e Disney+.
