'Pendurados', Schumacher e Zhou buscam gás final que vale vaga no grid da F1 2023
Mick Schumacher e Guanyu Zhou ainda não sabem se vão continuar na Fórmula 1 em 2023 e, mesmo em situações diferentes, precisam de bons resultados para fechar a atual temporada
A Fórmula 1 é um ambiente extremamente exigente. Falhe mais de uma vez e seu nome começará a aparecer na lista de dispensáveis e substituíveis da categoria. Perca nas comparações com seu companheiro de equipe e os rumores sobre novos nomes se iniciarão. Não é fácil se manter na principal categoria do automobilismo mundial e, chegando no final de setembro, o alemão Mick Schumacher e o chinês Guanyu Zhou correm risco de perderem suas vagas.
A situação dos dois é parecida, mas não exatamente igual. Schumacher está em seu segundo ano (que pode ser considerado o primeiro, já que a Haas em 2021 não era capaz de competir com ninguém), enquanto Zhou é o único novato da atual temporada. Os dois tiveram inícios de temporada ruins, desperdiçando os melhores momentos de Haas e Alfa Romeo na temporada, e agora precisam de uma sequência forte de resultados nas últimas seis etapas para garantir um assento em 2023.
A confirmação de que Yuki Tsunoda seguirá na AlphaTauri na temporada de 2022 deixou apenas duas vagas restantes no grid além das de Mick e Guanyu. A Alpine está reduzindo sua lista de opções e não tem pressa para definir o substituto de Fernando Alonso na vaga mais cobiçada no momento. A outra possibilidade é na Williams, que mostra forte interesse em Nyck De Vries e ainda tem o jovem americano Logan Sargeant como opção.
A situação de Zhou é um pouco pior, porque o primeiro piloto chinês da história da Fórmula 1 não parece atrair o interesse de outras equipes. O jovem de 23 anos chegou à Alfa Romeo depois de terminar a Fórmula 2 na terceira colocação e faz uma temporada bem discreta. Ainda que seu único erro de fato tenha sido em Ímola, quando tocou em Pierre Gasly, Guanyu não tem resultados brilhantes até aqui que justifiquem sua permanência.
São apenas 6 pontos conquistados em 2022 com um carro que em determinadas corridas chegou a ser o quarto melhor do grid. Seu companheiro de equipe, o experiente Valtteri Bottas, tem 46. É fato que o chinês sofreu com problemas mecânicos ao longo do ano, mas o mesmo aconteceu com Bottas, que conseguiu entregar resultados muito melhores.
O piloto do carro #24 acabou também tendo azar com a perda de desempenho da equipe de Faenza em relação às rivais. A melhor fase do time italiano foi no começo do ano, quando Bottas pontuou em sete das nove primeiras corridas. Conforme Zhou foi se adaptando à Fórmula 1, piores foram ficando suas chances de pontuar.
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O finlandês aliás talvez seja o maior apoiador da permanência de Zhou na equipe, seja por garantir seu papel de líder ou por de fato terem uma boa relação. Valtteri enxerga um "bom encaixe", mas o mesmo não é válido para Frédéric Vasseur, chefe do time, que cobra uma melhora de seu piloto.
A volta da China ao calendário pode acabar sendo um fator importante para a decisão da Alfa Romeo. Com uma maior visibilidade no que é um dos maiores mercados do mundo, ter um piloto do país pode valer a pena financeiramente, ainda que, nas pistas, Guanyu entregue muito pouco e seja hoje o piloto mais esquecido do grid por suas performances sem brilho.
Já Schumacher tem mostrado evolução. Depois de uma primeira temporada no fundo do grid e sem muita base para comparação com Nikita Mazepin, o alemão só terminou atrás de seu companheiro de equipe, Kevin Magnussen, em uma das últimas sete corridas. No total, o placar está 11 a 5 para o alemão. Os erros e as fortes batidas, como as da Arábia Saudita e em Mônaco, parecem ter ficado para trás.
O problema é que Mick acabou desperdiçando a melhor fase da Haas, que foi justamente no início do ano. Conforme as outras equipes com maior orçamento foram atualizando seus carros, o time americano foi ficando para trás. O filho do heptacampeão Michael Schumacher é apenas o 15º colocado com 12 pontos, dez anos do que Magnussen.
Schumacher também traz consigo um belo histórico nas categorias juniores, com títulos da Fórmula 3 e Fórmula 2 e um nome muito forte para a Fórmula 1. Diferentemente de Zhou, o alemão atrai interesse de outros times e pode pintar na Alpine ou Williams.
A carreira de Schumacher, o ano de 2021 que foi praticamente jogado fora e a evolução recente nas pistas indicam que ele merece continuar na Fórmula 1. Talvez não seja na Haas, já que Gunther Steiner já afirmou que prefere evitar trabalhar com pilotos jovens e segue analisando quem será o companheiro de Magnussen em 2023.
O começo de ano de Schumacher e Zhou os colocou na situação atual, sem futuro definido. O histórico recente da Fórmula 1 mostra que raramente pilotos deixam a categoria após apenas uma ou duas temporadas, mas existem exemplos como os de Sergey Sirotkin.
Se Tsunoda garantiu sua vaga, Mick e Guanyu precisam ter cuidado para não seguir o mesmo caminho de Nicholas Latifi na Williams. Os dois pilotos correm risco de ficarem sem vagas e as últimas seis provas podem acabar definindo o que será o 2023 de ambos.
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