Oscar Piastri: pintou o campeão da F1 2025?
Zandvoort se mostrou melhor do que a encomenda para Piastri. Faltando 9 provas para o final da temporada, o título se encaminha
Nem o mais otimista torcedor de Oscar Piastri esperava um GP da Holanda como esse. Não só se manter na liderança do campeonato de pilotos com uma vitória, mas ver o seu perseguidor mais próximo (e companheiro de equipe) abandonar a prova, zerando em pontos. Um cenário muito otimista.
Tudo se encaminhava para um domínio amplo de Norris. Em edições anteriores, o britânico mostrou que se sente à vontade em Zandvoort, inclusive sendo o vencedor da corrida em 2024. E neste ano, simplesmente dominou 3 das 4 sessões de treinos.
Só que o jogo começou a virar na Classificação: em uma volta decidida em detalhes, Piastri foi mais veloz do que Norris em meros 12 milésimos. Praticamente um piscar de olhos. Em uma F1 tão próxima, qualquer diferença acaba pesando.
Normalmente, Zandvoort é uma pista em que se depende das estratégias de paradas e torcer por Carros de Segurança para poder movimentar a ação. Fora isso, é significado de procissão. Outro ponto também a não se descartar é o tempo: havia a possibilidade de chuva ao longo do final de semana, o que impactou a preparação de todos.
Podemos dizer que a vitória de Piastri começou a ser definida na largada. O australiano se aproveitou da posição de saída (bem na parte emborrachada) e fechou para cima de Norris, que também foi jantado por Verstappen, que saía da terceira posição e com pneus macios, que davam mais aderência do que os médios que calçavam as McLarens.
Aqui, foi o primeiro xeque de Piastri.
Verstappen bem que tentou, mas logo o composto macio foi se acabando e não dava mais para segurar Norris. A esta altura, a diferença para Piastri já era de quase 4 segundos. Uma situação muito tranquila para administrar. Norris ainda tentou se aproximar, mas tudo estava sob controle.
Graças à batida de Lewis Hamilton na curva 3 por conta da chuva que apertava em Zandvoort, tivemos a entrada do Carro de Segurança e a McLaren optou por chamar seus pilotos ao mesmo tempo. Enquanto trabalho de Piastri saiu às mil maravilhas, Norris acelerou antes e pegou de leve o macaco que levanta o carro, perdendo tempo.
Mais um xeque de Piastri.
Com a corrida reiniciada, Piastri controlou a situação, se aproveitando de etsar de cara para o vento. A diferença não passou de 2 segundos, com Norris conseguindo se aproximar, até entrando em condição de usar o DRS, mas não de maneira decisiva. Mesmo depois com mais intervenções e o reagrupamento do pelotão, nada parecia mudar.
Mas que veio a volta 64...
Até entao, Piastri vencendo a prova abriria a vantagem para 16 pontos em relação a Norris. Faltando 9 provas para a conclusão, a situação ainda ficaria bem aberto. Mas o motor Mercedes, tão confiável, deu problema para Norris. Desde Estados Unidos 2023 uma McLaren não abondava por problema de motor (justamente com...Piastri).
Era o xeque-mate de Piastri.
Foi a consolidação de uma jornada sensacional: pole-position, volta mais rápida e vitória de ponta-a-ponta. Além de sair com uma vantagem de 34 pontos na liderança do campeonato. Considerando as corridas normais, Piastri pode chegar em 2º lugar em 4 provas seguidas, mesmo com Norris ganhando que ainda segue na frente.
Neste momento do campeonato, é um daqueles momentos decisivos. Não se pode descartar que o australiano possa ter o mesmo tipo de azar que Norris. Mas este abandono do britânico neste domingo lembrou outro compatriota: Lewis Hamilton, no GP da Malásia de 2016, quando o motor Mercedes estourou e praticamente esvaiu as chances de título naquela temporada...
Além da vantagem de pontos, Piastri tem um ponto a seu favor: Lando Norris.
Pode parecer contrassenso, mas vimos várias vezes que, quando Norris precisa ser mais incisivo para conseguir resultados, acaba se perdendo e não consegue o que precisa. Não precisamos ir longe e lembrar do que aconteceu no último GP do Canadá... Neste ponto, podemos dizer que Piastri levaria isso não somente por seus méritos, mas também pelas falhas de Norris.
Um raio não cai no mesmo lugar duas vezes, mas dado o histórico de Norris e a postura glacial de Piastri, o campeonato de pilotos da F1 2025 indica caminhar para a Oceania ao invés de seguir no continente Europeu. Ainda restam 9 etapas, mas Oscar Piastri começa a colocar os dedos na taça de campeão...