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Ocon vira 'líder' da Alpine em meio ao furacão, mas 2022 prova que posição é merecida

Pode não ter sido o plano inicial da Alpine, mas a verdade é que a consistência de Esteban Ocon tanto em 2021 quando este ano provam que, sim, ele tem condições de ser o líder que a equipe francesa vai precisar na próxima temporada

12 ago 2022 - 04h30
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Esteban Ocon
Esteban Ocon
Foto: Alpine / Grande Prêmio

A Alpine está no olho do furacão desde que Fernando Alonso anunciou que estava de malas prontas para correr na Aston Martin em 2023, e isso porque a equipe francesa acabou perdendo não apenas um, mas dois pilotos, já que Oscar Piastri preferiu garantir um lugar no grid do ano que vem em vez de esperar e correr o risco de ficar mais um ano fora da F1. Agora, Otmar Szafnauer olha para o leque vasto de opções que ele garante ter para a vaga do espanhol, mas a verdade é que a Alpine já conta com um nome dos mais interessantes e que tem sido um dos grandes responsáveis por levar a equipe ao quarto lugar no Mundial de Construtores: Esteban Ocon.

Ocon, na verdade, está para a Alpine da mesma forma que Lando Norris está para a McLaren: sossegado e tranquilo, com o seu contrato muito bem assinado até o final de 2024 enquanto o time pega fogo. E em meio a todo o imbróglio ainda envolvendo Piastri, o francês acabou herdando, ainda que extraoficialmente, a função de liderar a equipe na Fórmula 1.

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Esteban Ocon está em oitavo lugar, com 58 pontos (Foto: Alpine)

A questão, inclusive, foi feita a Szafnauer, que fez vários elogios ao piloto, lembrando os tempos em que esteve ao lado do francês ainda na Force India. Na ocasião, Ocon corria com Sergio Pérez, e Szafnauer lembrou que, já naqueles tempos, ele demonstrava grande talento, acompanhando o ritmo do mexicano tanto nas classificações quanto nas corridas. "Ele era tão rápido quanto Sergio e competia duro contra ele, e eles sempre estavam juntos no grid naqueles tempos. Às vezes, ficavam perto até nas corridas, e vimos do que Sergio era capaz", disse o dirigente.

Essa visão de Szafnauer dá o tom do quanto Ocon é um homem de confiança. Quando a Alpine decidiu apostar no ano passado em um contrato de três temporadas, as palavras do diretor-executivo, Laurent Rossi, destacaram o trabalho de Esteban no desenvolvimento do carro e os resultados. "Esteban ganhou em confiança e estatura para entregar resultados consistentemente bons e ajudar a desenvolver o carro com a equipe. Apesar da pouca idade, ele tem muita experiência na Fórmula 1 e está em uma trajetória positiva tanto em maturidade quanto em habilidade. Ele é um grande trunfo para nós agora e também para o futuro, conforme formos enfrentando os desafios dos novos regulamentos", disse o francês.

De fato, uma palavra que define tanto a temporada 2021 quanto a que Ocon vem tendo em 2022 é consistência. Ano passado, ele pontuou em 14 das 22 corridas e ainda conquistou a sua primeira vitória, no GP da Hungria. Em 2022, em 13 corridas realizadas, só não pontuou em três oportunidades, sendo apenas uma por abandono (na Inglaterra). No total, está em oitavo lugar, com 58 pontos na classificação, 17 a mais que Alonso e 18 a menos que Norris.

A consistência de Ocon foi determinante para manter a Alpine viva no Mundial de Construtores quando tudo parecia conspirar contra Alonso no início da temporada. Quando o bicampeão finalmente engrenou nos pontos, juntou-se ao francês na arrancada rumo ao quarto posto, deixando a McLaren de Norris — e, sim, Daniel Ricciardo — para trás.

Esteban Ocon tem a confiança da Alpine (Foto: Alpine)

Szafnauer acredita que apenas um detalhe precisa ser melhorado para que Ocon cresça ainda mais: a classificação, e ele usa o próprio Alonso para exemplificar. "[Alonso] precisa de três ou quatro giros quando está em 99% ou 99,9%, esse 0,1% extra vem em poucas voltas, se você entende o que quero dizer, e Esteban leva um pouco mais de tempo para extrair o máximo do carro. No final das conta, sábado e domingo, ele está lá. Ele só precisa aprender como chegar nesse tempo de volta mais rápido, porém estamos trabalhando isso com ele."

Sem a experiência do asturiano ano que vem, caberá a Esteban o papel de líder, ainda que seja tão jovem. Porém, idade à parte, ele já provou com os próprios resultados na pista que está pronto para ser a cara da Alpine em 2023, ainda que esse não tenha sido de todo o plano perfeito dos franceses. E Ocon ainda terá a chance de provar que a aposta de tê-lo por três temporadas foi mais que acertada.

"Depois disso, ele pode liderar a equipe? Com certeza, ele está ficando cada vez melhor. Ele tem uma vitória na carreira, marcou bons pontos para a equipe esse ano. E ele aprenderá ainda mais quando chegar o ano que vem", concluiu Szafnauer.

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