F1: 60 anos atrás, a Honda tinha sua primeira vitória
Foi em um GP do México em que a Honda obtinha sua primeira vitória na F1 e marcou o início de uma jornada vitoriosa na categoria
Muita gente comenta a relação complicada que a Honda tem com a F1. Entre idas e vindas, a montadora japonesa está em sua quarta participação na categoria (alguns até dizem que é a quinta, se considerarmos que a Honda declarou que sairia da F1 em 2021 e se afastou meio sem querer, ficando ligada ainda à Red Bull e segue em 2026 com a Aston Martin) e marcou com força o seu nome na história na categoria.
Em 1964, os japoneses decidiram entrar na F1 numa jogada de marketing e pela paixão de Soichiro Honda pela competição e por entender que era uma ótima forma de desenvolvimento. A Honda começou com as motos e depois foi para os carros. Inicialmente na F2, a marca niponica pensou na F1 inicialmente com a Lotus. Colin Chapman conversou muito com a Honda, chegou a testar um carro usando os motores...mas não se chegou a um acordo.
Mas Soichiro Honda nao se deu por vencido e, em 1964, estreou em Nurburgring o RA271. Era um carro pequeno, projetado pelo Eng. Toshio Nakamura, o pai dos caças "Zero" japoneses. Para empurrar um possante V12, que tinha nada mais do que 12 carburadores de moto, um para cada cilindro. Era uma bela sinfonia, mas cheio de problemas...
Em 1965, a Honda veio com o RA272, um carro mais convencional e que já trazia uma série de melhorias em relação ao seu predecessor. Para acelerar o desenvolvimento, foi contratado Ritchie Ginther para ladear Ronnie Bucknum. Como o regulamento mudaria para 1966, os japoneses optaram por manter o V12 e fazer um chassi mais leve e aerodinamico.
Mesmo mostrando evolução e tendo o motor mais potente da F1 de então, o carro ainda era mais pesado do que a concorrência, além de sofrer com problemas de confiabilidade. Mas ainda foi possível marcar 2 sextos lugares com Ginther (Bélgica e Holanda). Era bom, mas ainda precisava demais.
Na Itália, a Honda trouxe um extenso pacote de atualizações para o RA272, com nova frente, monocoque mais leve e um V12 bem revisado, montado mais baixo no carro. O carro deu um salto, embora nao tivesse pontuado. Mas os japoneses resolveram encerrar o ano com estilo.
Naquele ano, a temporada acabava com o GP do México. A Honda trouxe de volta Nakamura para comandar o time e fez um acerto especial no motor para a altitude. Ritchie Ginther posicionou-se em terceiro lugar no grid e conseguiu vencer a prova de uma forma categoria. Bucknum, com um carro que nao estava totalmente atualizado, chegou em quinto lugar. Entrou para a história o telegrama que Nakamura mandou para a sede da Honda: Vim, vi e venci!.
Por este motivo o dia 27 de outubro marca um lugar tão especial para a Honda em sua história. Tanto que os japoneses nao deixaram a data em branco e levaram o RA272 para o México, para que Yuki Tsunoda desse voltas de demonstração sob os olhos atentos de Koji Watanabe, CEO da divisão de competições da marca japonesa.