Crítica: F1 – O Filme vale seu tempo?
F1: O Filme conquista até quem não é fã de corrida — ação, emoção e críticas certeiras marcam a nova era do automobilismo no cinema.
O novo sucesso dos cinemas é F1: O Filme, longa que acompanha a história de Sonny Hayes (Brad Pitt), um ex-piloto de Fórmula 1 que recebe um convite para voltar à elite do automobilismo como companheiro de equipe do jovem talento Joshua Pearce (Damson Idris). Com tanta Fórmula 1 em cena, será que o filme realmente vale o seu tempo?
Sim, o filme realmente vale o hype e todo o sucesso que vem recebendo. Grande parte do público que está indo aos cinemas assistir F1: O Filme não é, necessariamente, fã de automobilismo — mas nem por isso deixa de se encantar com a produção. Muitos, inclusive, saem da sessão com uma nova admiração pela Fórmula 1.
É importante dizer: o filme não é 100% fiel à realidade que vemos nos finais de semana de corrida — e nem precisa ser. Recriar com exatidão o realismo das pistas seria praticamente impossível, e é aí que Hollywood entra em ação na medida certa. As cenas de corrida, todas supervisionadas por Lewis Hamilton (que também atua como produtor), conseguem capturar a essência da F1 com autenticidade e impacto.
Momentos extras, como um possível romance entre Sonny e a engenheira, são inseridos com equilíbrio. O filme não foca nesse subplot, evitando transformar a história em algo genérico. O centro da narrativa está nas disputas em pista, nas tensões entre Sonny e os outros pilotos, e especialmente no conflito com seu companheiro de equipe, Joshua Pearce.
Alerta de spoiler: o longa também traz menções emocionantes à história da Fórmula 1. Ayrton Senna aparece duas vezes — uma delas sugere que Sonny Hayes correu ao lado do tricampeão, e em outra cena, Senna surge simbolicamente em um momento de acidente, ajudando Sonny. Há ainda uma clara referência à polêmica decisão em Abu Dhabi 2021, recriada de forma livre, mas com um toque de crítica e imaginação sobre como tudo poderia ter sido em outros cenários.
Os tons de crítica à categoria em determinados momentos — e também à forma como o público enxerga os pilotos — são marcantes. Uma das falas que mais fica na memória é quando Sonny diz a Joshua que ele ainda é jovem, e que tudo o que se vê nas redes sociais é apenas barulho. As críticas aos pilotos sempre existirão, mas até que ponto são válidas? Afinal, ninguém está ali, dentro dos carros, enfrentando o que eles enfrentam a cada final de semana.
A participação dos pilotos de Fórmula 1 acontece na medida certa — nem forçada, nem exagerada. Até mesmo Roscoe Hamilton, o carismático buldogue de Lewis Hamilton, rouba a cena em suas aparições. Os pilotos demonstram estar à vontade diante das câmeras, e suas interações fluem com naturalidade, como se tudo aquilo já fizesse parte do cotidiano deles. Além disso, nomes como Toto Wolff, Fred Vasseur e Zak Brown também surgem em cena, acrescentando realismo e autenticidade à atmosfera do paddock.
No fim das contas, o filme acerta na medida. Não é uma tentativa de superar clássicos como Rush – No Limite da Emoção ou Gran Turismo, porque trata-se de propostas e histórias completamente diferentes. F1: O Filme chega como um novo sucesso, que marca uma nova era para o automobilismo e, quem sabe, conquista as futuras gerações que encontrarão na obra uma porta de entrada para esse universo apaixonante.