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Chefão da VW confirma: Audi e Porsche vão para a F1 em 2026

Em entrevista à Reuters, o CEO do Grupo VW confirmou que as duas marcas decidiram pela entrada na F1.

2 mai 2022 - 09h30
(atualizado às 11h19)
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Projeção de Porsche e Audi na F1. Segundo Herbert Diess, CEO da VW, é questão de tempo o anuncio das duas marcas na categoria.
Projeção de Porsche e Audi na F1. Segundo Herbert Diess, CEO da VW, é questão de tempo o anuncio das duas marcas na categoria.
Foto: Sean Bull Design / Twitter

Um dos segredos mais mal-guardados da história está prestes a se confirmar. Em declaração a Reuters nesta segunda (02/05), o CEO do Grupo VW, Herbert Diess, confirmou que Audi e Porsche entrarão na F1 em 2026. Aqui no Parabolica você teve a oportunidade de acompanhar bem a evolução deste processo.

Agora, é uma questão de aguardar o anuncio oficial. Quando vir, será a concretização de um namoro antigo com a F1. A VW bateu na trave várias vezes, mas não diretamente. Desde a década de 90, quando se aventava esta possibilidade, sempre era com alguma de suas marcas. E a Audi era a cabeça.

A entrada da Audi fazia todo o sentido por ser a marca premium do grupo. Podemos dizer ainda que há uma questão histórica, pois ainda como Auto Union, na década de 30, fez um dos carros de corrida mais impactantes. Mas algo que sempre afugentou foram os custos. Por isso que foram para os Protótipos, que tem até hoje uma complexidade técnica muito parecida com a F1.

Para a Porsche, não é algo novo. Seria a 4ª “encarnação” da marca de Weissach na F1. A primeira foi de 58 a 62 com uma equipe própria, sendo supervisionada diretamente por Ferry Porsche e insistindo na tecnologia do arrefecimento a ar. Obteve uma única vitória com Dan Gurney, no GP da França de 1961.

Dan Gurney em ação com a Porsche no GP de Monaco de 1962
Dan Gurney em ação com a Porsche no GP de Monaco de 1962
Foto: Porsche / Divulgação

A segunda foi como “contratada” da TAG e da McLaren. Ter um motor turbo se mostrava a chave para dominra a F1 e a McLaren precisava de um para chamar de seu. Após analisar várias possibilidades, considerou fazer o seu próprio. A Porsche foi procurada pois tinha já um domínio da tecnologia turbo. Questionada se aceitaria entrara na F1, os alemães disseram que não. Mas aí veio a jogada de mestre de Ron Dennis: e se tivesse alguém pagando o desenvolvimento?  

Em 1982, o acordo foi firmado e posteriormente a Technologies D’Avant Gard (TAG) de Mansour Ojjeh entrou como a financiadora do projeto. Em 1983, o motor TAG/Porsche fez sua estreia e o resto, vocês já sabem: três títulos de pilotos e 2 de Construtores até 1987, quando a McLaren adotou os Honda a partir do ano seguinte.

A última encarnação nem se gosta muito de falar. No final da década de 80, em seguida ao término das operações na F1, a Porsche se lançou em um projeto na Indy. Na época, a montadora não estava em seus melhores dias. Mas, mesmo assim, tensionava voltar à F1. Em 1989, foi procurada pelo excêntrico Jean Claude Van Rossem, então mecenas da Onyx através da sua empresa Moneytron.

Louco pelos carros alemães, o belga decidiu que a equipe teria motores da Porsche de qualquer forma. Chegou inclusive a declarar que, se não obtivesse o acordo, abandonaria a F1. E assim o fez após a Footwork (novo nome da Arrows graças ao patrocinador japonês) anunciar que havia fechado um acordo para ter os motores para sua equipe a partir de 1991. O modelo seria semelhante ao da McLaren: a Footwork pagaria pelo desenvolvimento dos motores. Mas dessa vez, o nome Porsche teria destaque.

Michelle Alboreto, Jackie Oliver e Alex Caffi na apresentação do Porsche V12 para a temporada 1991. Os sorrisos eram vários neste momento...
Michelle Alboreto, Jackie Oliver e Alex Caffi na apresentação do Porsche V12 para a temporada 1991. Os sorrisos eram vários neste momento...
Foto: F1 1990s / Twitter

O que era prometedor, se revelou um desastre. Os alemães optaram pela insólita solução de unir dois blocos de 6 cilindros para fazer um V12. O motor se revelou fraco, inconsistente e extremamente pesado. Em um teste na França, Jackie Oliver (chefe da equipe) conseguiu emprestado um Cosworth V8 e o pesou ao lado de uma unidade da Porsche. A equipe de projetos teve que engolir em seco o fato de seus motores serem cerca de 40 kg mais pesado...

 Resultado: o motor só fez as 6 primeiras etapas da temporada 1991, voltando para trabalhos na fábrica. Ainda se trabalhou em um V10 para ser usado no final do ano. Mas a Footwork já havia “queimado” cerca de US$ 35 milhões no projeto e estava desiludida. E tudo se acabou.

Ambas as marcas são competentes e tem tempo para tratar sua entrada. A Porsche teria um acordo encaminhado com a Red Bull Powertrains. Já a Audi se aproveitaria da base feita por sua co-irmã e busca uma equipe para chamar de sua. Já falamos bastante nisso aqui: Até agora, foram citadas Williams, McLaren e Aston Martin.

A F1 vem fazendo toda a força para que as marcas venham para a categoria e, em se confirmando, seria mais uma vitória da Liberty Media e do modelo comercial montado, buscando controlar custos e garantir maior igualdade entre os competidores. A presença de uma nova montadora também marca a importância da categoria para a industria automobilistica, que aparentemente estava se empolgando mais com a Fórmula E.

Parabólica
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