PUBLICIDADE

Andretti se reúne com presidente da FIA para entrar na F1

Em Miami, Michael Andretti e Mohammed Ben Sulayem se encontraram para tratar entrada da equipe na F1. A ideia é construir sede já esse ano

6 mai 2022 - 20h02
Compartilhar
Exibir comentários
Michael Andretti mantém vivo o sonho de ter uma equipe na F1
Michael Andretti mantém vivo o sonho de ter uma equipe na F1
Foto: Indycar / Twitter

A Andretti Autosport é uma das maiores equipes de automobilismo do mundo, presente em categorias das mais diversas: Fórmula Indy, Indy Lights, Fórmula E, Extreme E, IMSA e Supercars. Falta a joia da coroa: a Fórmula 1.

O interesse de Michael Andretti em levar sua equipe à F1 é público e notório. No ano passado, o americano conseguiu investidores para ajudá-lo na empreitada e esteve muito próximo de comprar a Sauber-Alfa Romeo, mas o negócio acabou melando na última hora. Apesar o insucesso na tentativa, a meta de se instalar na F1 não mudou.

Com a Fórmula 1 no Estados Unidos para a realização do GP de Miami, Andretti aproveitou a oportunidade para visitar o paddock e fazer a política que sua posição exige. Segundo o portal Autosport, o ex-piloto e atual chefe de equipe e empresário teve uma reunião com Mohammed Ben Sulayem, o presidente da FIA, para tratar sobre a sonhada entrada de sua equipe na categoria.

Após o encontro, Andretti preferiu não entrar nos detalhes do que foi conversado, mas se mostrou otimista: “Acho que ele nos apoia, só que é um processo longo que temos que passar. Mas foi legal, o Mohammed gostou do que apresentamos”. falou à Autosport. “Não quero falar muito e eles [FIA] não querem falar muito, mas foram coisas positivas.”

Mesmo sem falar sobre o teor de sua conversa com Ben Sulayem, Andretti fez questão de deixar claro que os planos ainda estão de pé. E já deu até data para o início da construção de uma sede para sua nova estrutura de Fórmula 1, em Indianápolis: “Espero que em agosto”.

Oficialmente, não há nada que indique a entrada da Andretti esteja próxima. Como o próprio Michael afirmou, ainda há um longo caminho pela frente. Mas ele aceita assumir o risco e se antecipar à decisão da FIA: “Estamos gastando dinheiro para rolar essa bola porque sentimos que vamos conseguir. Estamos assumindo um risco, mas achamos que é um risco que vale a pena. Estamos contratando pessoas, coisas assim.”

Há dois caminhos para uma nova equipe ingressar na F1, e as duas são bastante caras. Uma delas é comprando uma equipe já existente. A outra é começar do zero. Nesse caso, além de montar toda a complexa estrutura necessária, é cobrada uma taxa de inscrição de pesados 200 milhões de dólares. Essa taxa tem a função de minimizar as “perdas” das equipes já consolidadas, que passariam a dividir as receitas por 11, e não mais por 10.

Como dito anteriormente, Andretti tentou comprar a Sauber em 2021. Agora, Michael dá a entender que sua segunda tentativa será como uma equipe extra. Até como forma de vender o peixe de seu projeto, o americano fez questão de deixar claro que acredita que a Fórmula 1 precisa de mais carros.

“10 equipes não é o número certo”, afirmou. “Agora, a Red Bull possui duas equipes. Se eles disserem que estão fora, são 16 carros. Não dá para fazer uma corrida com 16 carros. Isso lhes dá muito mais influência sobre os outros times por ter uma equipe extra.”

O momento é favorável para Andretti pleitear junto à FIA melhores condições para entrar na F1. A categoria vive um boom nos Estados Unidos, com a inclusão de uma segunda corrida no país em 2022 e uma terceira em 2023. O mercado americano parece estar aberto como nunca para a F1, e ter uma equipe com a tradição da Andretti pode ser a cereja do bolo desse relacionamento entre o esporte e o país. Claro, já há a Haas, mas ela não tem o lastro e o potencial que o sobrenome Andretti podem agregar.

Caso concretize o sonho da Fórmula 1, Andretti confessa que um de seus pilotos deve ser Colton Herta, atualmente correndo pela equipe na Indy. O jovem americano, que também está no paddock de Miami, está em alta no mundo da F1. Tido como um dos mais promissores pilotos americanos da geração, ele é visto como potencial garoto propaganda da categoria nessa exploração do mercado norte-americano em um futuro breve.

Herta passou a ser observado também pela McLaren, que é inglesa, mas está em uma fase bastante americanizada sob gestão do californiano Zak Brown. A equipe, que fez o caminho inverso da Andretti ao se expandir da F1 para a Indy, já vem flertando com pilotos da categoria norte-americana. No ano passado, ofereceu um teste à Pato O’Ward, e esse ano o fará com Colton Herta.

Andretti vê o público apoiando sua empreitada rumo à F1, mas acredita que falta o apoio de quem pode fazer acontecer: “Acho que milhões de pessoas estão abraçando a ideia. Só não são as pessoas certas ainda.” Ao se reunir com o presidente da FIA e circular pela paddock, ele espera, finalmente, poder chegar às tais “pessoas certas” para transformar seu plano em realidade.

Parabólica
Compartilhar
Publicidade
Publicidade