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Qual o real tamanho dos Diretores Técnicos na F1?

Já tivemos a valorização e a depreciação de técnicos como Allison e Newey no desempenho de Mercedes e Red Bull. Mas até onde vai?

2 mai 2024 - 17h40
(atualizado às 17h40)
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James Allison e Adrian Newey: dois casos em que o papel dos técnicos foram questionados
James Allison e Adrian Newey: dois casos em que o papel dos técnicos foram questionados
Foto: Mercedes AMG F1 e Red Bull Content Pool

Em certos momentos, o mundo da F1 é de extrema esquizofrenia. O mais novo exemplo disso é a saída de Adrian Newey da Red Bull. Por muito tempo, o engenheiro foi tido como o grande cérebro por parte do sucesso da Red Bull. Agora, com sua saída anunciada, não são poucas as vozes que aparecem nas redes dizendo que o "Mago" não teria tanta influência assim no processo de concepção dos carros taurinos...

Podemos ainda lembrar a situação da saída e depois retorno de James Allison à Mercedes. Ano passado, se esperava que o time desse um salto com um retorno do engenheiro ao comando técnico. Porém, a situação não é tão simples assim como estamos vendo...

Como já diz o filósofo contemporâneo: Muita calma nesta hora!

No caso específico da concepção de F1, vai longe o tempo que o processo ficava somente em torno de uma única pessoa. Até a década de 70, era comum que o departamento de projetos de um time de F1 não tivesse mais pessoas do que os dedos de duas mãos. Até o início da década de 90, a poderosa McLaren contava com cerca de 40 pessoas em seu gabinete técnico.

A grande explosão veio na década de 90, com o aumento do uso de tecnologia, os departamentos técnicos explodiram. Atualmente, cada equipe tem um exército de técnicos (entre 300 a 400 pessoas em média) para trabalhar em aerodinâmica em tunel de vento, simuladores computacionais e outras traquitanas.

Desta forma, o Diretor Técnico acaba tendo um papel muito mais coordenador. Afinal, é papel dele tratar com as mais diversas áreas para chegar ao produto final, que é o carro. Não é só aerodinâmica, mas tem a parte de dinâmica (direção e suspensões), elétrica/eletrônica, mecânica... São metas estabelecidas e em busca do cronograma. Em resumo: um grande Gerente de Projetos.

Só que mesmo com todas as interações, poucas pessoas podem dar o direcionamento do projeto. No caso da Red Bull, quando do novo regulamento, em 2022, muito foi dito que Newey participou mais da concepção inicial e se debruçou especialmente nas suspensões, que são cruciais para fazer o carro funcionar o mais estável possível para gerar o máximo de pressão aerodinamica. Não se pode esquecer que ele foi um dos poucos que trabalhou bastante com os carros de efeito-solo...

Desta forma, o comportamento da estrutura vai depender muito da cultura da equipe. Pode sim haver uma situação de uma participação mais ampla dos elementos, com as cabeças da organização sendo mais mentores do que gestores. Ou simplesmente o processo ficar centralizado em certas áreas e, caso haja algum problema, todo o processo se ressente...

Neste quadro, não dá para dar toda a responsabilidade à Newey. Hoje, a Red Bull Technology tem cerca de 1500 funcionários, sendo uma parte deles composta por homens e mulheres de altíssimo nivel educacional. Mas não se pode ignorar toda a experiência e capacidade de trabalho de um ou alguns indivíduos. O mesmo pode ser desdobrado para outros times e cada vez mais esta movimentação ganha espaço (até escrevi sobre isso tempos atrás)

É normal que, num caso como o da Red Bull, em um processo de valorização do time, se faça um trabalho de esvaziamento de quem sai.  Mas Newey foi um dos pensadores e ajudou a construir o colosso que a Red Bull é atualmente (falei disso na coluna "Newerismo sem Newey"). O mesmo caso pode ser aplicado a James Allison, que era tido como a cabeça por trás do sucesso da Mercedes e seu retorno não significou uma melhoria imediata.

Em ambos os casos, o envolvimento pode não ser tão direto. Mas em um esquema  como o da F1, que exige agilidade e respostas rápidas, a competência de alguns pode fazer a diferença.

Parabólica
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