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Além do título, Suzuka mostrou os problemas da F1 atual

Os problemas de organização e inflexibilidade em Suzuka acabaram por tirar o brilho do título de Verstappen e mostrar uma série de problemas

11 out 2022 - 17h43
(atualizado às 17h44)
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Mais uma vez, o carro de segurança brilhando na pista. Os fãs não querem disso...
Mais uma vez, o carro de segurança brilhando na pista. Os fãs não querem disso...
Foto: Pirelli / Divulgação

Mais uma vez a F1 mostra a sua falta de jogo de cintura e opacidade de forma de tratar o seu produto. Neste bolo, entra a FIA, mas também a Liberty Media. O GP do Japão de 2022 certamente entrará para a história como um dos seus episódios mais estranhos.

Como bem falado aqui pelos colegas Nicole Cotrin e Luis Gustavo Ramiro, nós tivemos um anticlímax no final da prova. Boa parte da comunidade esperava pelo título de Max Verstappen nesta prova diante das condições dadas. Entretanto, uma série de situações acabaram por tirar a importância da prova e do fato. Senão vejamos:

- A questão da chuva: Desde o início da semana já se sabia da possibilidade de termos fortes chuvas para o final de semana, especialmente para o domingo, o que se confirmou ao longo dos dias.

Correr na chuva passou a ser um grande problema na F1. Até falamos sobre os aspectos técnicos do assunto (ver aqui). Entretanto, mais uma vez a falta de flexibilidade acaba por aparecer.

Já que se tem uma série de situações prejudicando, por que não considerar o adiantamento da corrida? O grande motivo é a questão dos contratos de transmissão, que tem horários altamente definidos. Qualquer mudança pode causar problemas sérios e, se uma coisa que a F1 preza bastante, é faturamento. TV é algo importantíssimo na composição das receitas (mais de 30%).

Mas o que vale? Adiantar, mas com ação na pista ou termos “espetáculos” como Bélgica 2021, com horas e horas de imagem de público, pilotos esperando para ação na pista?

- Aplicação das regras. Não é de hoje que a FIA vem tropeçando na aplicação das regras. A verdade é que a F1 não se recuperou da perda de Charlie Whiting. A vinda de uma dupla de Diretores de Prova não deu uma direção á resolução dos problemas e ainda há uma bateção de cabeça com os comissários.

Para “facilitar” o processo, temos regras escritas com requintes de sadismo. Podemos até dizer que existe um “estilo FIA” para a redação dos regulamentos. Na esteira dos acontecimentos de Abu Dhabi 2021, houve uma grande defesa de uma revisão das regras para melhorar o entendimento...

A intenção ficou no passado. Os regulamentos são emendas atrás de emendas e acabam criando algumas situações extremamente estranhas. Exemplo é a questão da duração da prova. Muita gente boa (inclusive eu) interpretou que seria pelo menos metade da prova.

Largada do GP do Japão. Parecia que ia ter ação. Parecia....
Largada do GP do Japão. Parecia que ia ter ação. Parecia....
Foto: FIA / Divulgação

Após o GP da Bélgica do ano passado, uma série de mudanças foram feitas e abriu a brecha para que uma corrida de 28 voltas pode ser considerada completa. Aqui entra o exemplo da “emenda atrás de emenda”: A F1 introduziu o limite de tempo após o GP do Canadá de 2011. Depois, houve a limitação total de 3 horas do evento. E o detalhe da redação da “se a corrida não foi interrompida” ...

Além disso, temos a questão da gestão de fiscais. No Japão, o fantasma de carros de apoio na pista com carros em velocidade reapareceu. As imagens que surgem das câmeras dos carros de Gasly e Sainz são impressionantes e mostram que, aparentemente, não se aprendeu com o que aconteceu 8 anos antes com Jules Bianchi. Monza e Singapura tivemos alguns pontos, mas Suzuka acendeu uma luz forte neste aspecto.

Se juntarmos isso tudo, o GP do Japão ocultou o título de Verstappen e a ação que aconteceu nos últimos 40 minutos. A Liberty Media, que tem se preocupado tanto com a questão da construção da experiência e do evento, acaba por ficar numa situação de tomar ações e ser cobrado por seus acionistas e pelo deus mercado. A FIA tem que também tomar suas ações e sabe que não pode matar uma de suas galinhas de ouro.

Liberty e FIA querem faturar. Os americanos querem o bônus, mas não quer assumir a responsabilidade técnica. A FIA quer manter o seu papel e importância, porém não interessa organizar. A Liberty é dona, mas depende da FIA. As duas partes têm que se acertar para que não morram abraçados.

Parabólica
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