Em crise na F1, Mercedes deve voltar a Le Mans em 2024
A fase não está boa para a Mercedes na F1. Mas com seus carros GTs, as coisas são diferentes e Le Mans é vista como prioridade para 2024
-sok4bbamm2ig.jpg "Mercedes CLR durante as 24 Horas de Le Mans de 1999")
Na F1, a Mercedes teve a maior fase de dominância da história: foram sete títulos de pilotos e oito construtores seguidos. Porém o jogo virou. Desde 2022, com a mudança de regulamento, o time não conseguiu mais se achar, mesmo que tenha vencido a corrida no Brasil ano passado. Mas não se pode dizer o mesmo do programa GT da montadora.
As várias equipes que usam Mercedes AMG GT3 não tem o que reclamar. A montadora conquistou vários campeonatos, como DTM e GT World Challenge. A marca também mostra sua boa fase nas corridas mais importantes, é a atual campeã das 24 Horas de Spa, 12 Horas de Bathurst, 8 Horas de Indianápolis e 8 Horas de Kyalami e nas 24 Horas de Daytona (Classe GTD Pro).
-qhkjjxzr7035.jpg "Mercedes AMG GT3 Evo durante as 24 Horas de Nurburgring de 2023")
Em 2024, a montadora parece ganhar a chance na principal corrida de longa duração do mundo, as 24 Horas de Le Mans. Isso acontece porque o WEC irá substituir a plataforma GTE pela GT3. Na atual classe LMGTE, temos quatro montadoras: Ferrari, Porsche, Aston Martin e Corvette, mas o número de montadoras deve aumentar em 2024 com a introdução do novo regulamento.
A organização já anunciou que dará prioridade às montadoras que estão e vão entrar na classe Hypercars para entrar nesta nova classe: Ferrari, Porsche, BMW, Lamborghini, Chevrolet (Cadillac). Embora detalhes da classe, que se chamará LMGT3, não foram divulgados ainda, mas já se sabe que as marcas não vão poder ter representação oficial, apenas dos clientes.
Mesmo assim, a Mercedes não esconde que tem como prioridade estar na tradicional prova francesa em 2024. A ASP, principal equipe cliente da montadora no GT World Challenge, já revelou que tem planos para estar no campeonato em 2024. A FIA estuda colocar uma regra para limitar a dois carros por montadoras, o que pode ajudar na entrada de carros da montadora alemã.
Caso se confirme, a Mercedes deve voltar às 24 Horas de Le Mans depois de 25 anos de ausência. A empresa tem uma breve, porém marcante, história na prova. Venceu em 1952. Ne edição de 1955, era uma das favoritas e confirmava as apostas. Mas após o carro de Pierre Levegh sofrer um grave acidente e parar na arquibancada, matando 84 pessoas (incluindo o próprio piloto) e deixando 180 feridos, na maior tragédia da história do automobilismo. A montadora decidiu retirar seus carros e abandonar o automobilismo nos maiores níveis (F1 e Le Mans) por vários anos, deixando seus esforços apenas nas categorias de turismo e rally.
-1ibec7eipzu5h.jpg "O lendário Sauber C9")
Nos anos 80, a montadora voltou para Le Mans, apoiando a Sauber, a mesma equipe que hoje está na F1, com o nome de Alfa Romeo. Em 1989, o Sauber C9 venceu a prova, equipado com motor M119 5.0L Turbo V8 de 820 hp, naquele ano o carro conseguiu chegar aos 400 km/h durante os treinos classificatórios. Em 1990, a Mercedes resolveu focar apenas no Campeonato Mundial, não participando da prova. Em 1991, após muitos azares, o modelo C11 acabou não vencendo a prova, perdendo para o Mazda 787B.
Entre 1992 e 1997, não houve participação em Le Mans. Em 1998, a Mercedes levou o poderoso CLK-LM para a prova, que era uma variação do CLK-GTR que tinha vencido o FIA GT em 1997. Além disso, a mudança foi do motor V12 para o Motor V8, visto como o melhor a longa prova, mas acabou sendo um fracasso e os carros abandonaram logo no início da prova.
Em 1999, a Mercedes apostou em um conceito muito radical que acabou não dando certo. e construiu literalmente um carro voador, que não tinha estabilidade alguma: o Mercedes CLR. Após alguns acidentes, os alemães decidiram abandonar a prova e nunca mais voltaram desde então. Essa história já foi contada no Parabólica.
-1jeaenff5rsdi.jpg "Mercedes-AMG One")
Mas ainda fica uma pergunta no ar: a Mercedes poderia entrar na Classe Hypercars? A montadora apresentou a pouco tempo o AMG One, carro de rua com motor de F1 e várias tecnologias ativas. Para entrar nesta classe seria difícil: sofreria vários downgrades para entrar no regulamento e ficar irreconhecível. Além disso, um projeto próprio de protótipo não parece constar dos planos do departamento de corridas.
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