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Efeito colateral do sucesso: Glickenhaus confirma saída do WEC

Altos custos e a concorrência de fabricantes fizeram a equipe comandada por Jim Glickenhaus desistir do FIA WEC

17 out 2023 - 19h11
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Jim Glickenhaus e sua equipe às vésperas das 24 Horas de Le Mans de 2023
Jim Glickenhaus e sua equipe às vésperas das 24 Horas de Le Mans de 2023
Foto: Scuderia Glickenhaus / X

O que se temia, aconteceu: a Glickenhaus confirmou nesta terça (24) que não retorna ao FIA WEC em 2024. O time que tem como chefe Jim Glickenhaus, já havia informado que não disputaria as últimas etapas do WEC deste ano por conta dos altos custos.

Em entrevista ao site Daily Sports Car, Jim confirmou que os carros SCG 007 da equipe, construídos pela Podium Engineering e preparados pela Joest Racing, não retornariam ao campeonato por conta dos elevados custos que a classe Hypercar exige. Havia de se considerar a forte concorrência existente, visto a grande quantidade de fabricantes envolvidos no Mundial, que só fez encarecer o desenvolvimento do SCG 007. 

“No início, depois do caminho errado para acomodar o Aston Martin Valkyrie LMH original, era bastante simples. Você construiu um carro dentro dos regulamentos que poderia fazer 3m30 em Le Mans e estava tudo pronto para isso”, explicou Jim. “Desde então, houve uma mudança muito previsível para os fabricantes que impulsionam o desenvolvimento enquanto estamos no limite”. 

Altos custos causaram o fim da participação da equipe no WEC

Este é o problema criado pelo “sucesso” da fórmula criada para a convergência WEC / IMSA: as grandes marcas acabam entrando com todo o seu peso e os independentes acabam não tendo condição de acompanhar o desempenho.

Mesmo com a ajuda do  Balanço de Performance (BoP) em algumas oportunidades, brigar com fabricantes como Toyota, Porsche e Ferrari, todos com seus sistemas híbridos e recursos quase ilimitados, enquanto a Glickenhaus não os tinha no mesmo nível, cobrou o seu preço. 

A equipe alinhou dois SCG 007 nas 24 Horas de Le Mans deste ano, terminando na frente de Peugeot e Porsche.
A equipe alinhou dois SCG 007 nas 24 Horas de Le Mans deste ano, terminando na frente de Peugeot e Porsche.
Foto: Scuderia Glickenhaus / X

“Para continuar competitivos, teríamos de investir num bloco de magnésio para o motor ou teríamos de utilizar o motor atual de forma tão enxuta que a gestão do calor se tornaria um problema, o que significa investimento numa nova carroçaria. Juntando tudo isso, são valores que simplesmente não podemos justificar gastar enquanto trabalhamos na construção do negócio de carros de rua”, lamenta. 

A equipe participou de 12 corridas no WEC, durante três temporadas, incluindo dois carros disputando as 24 Horas de Le Mans deste ano. Além disso, a epopeia no Endurance rendeu duas poles positions nos circuitos de Spa-Francorchamps e Monza em 2022. Por fim, o time conquistou um pódio durante as 1000 Milhas de Sebring do mesmo ano. 

Le Mans, o palco principal

Porém, de longe, as conquistas mais impressionantes do programa ocorreram em Le Mans: Seis largadas e seis chegadas, incluindo um pódio em 2022, é um resultado muito significativo de um programa financiado pelo setor privado. Na edição deste ano das 24 Horas de Le Mans, os dois carros da equipe terminaram em sexto e sétimo na classe Hypercar.

“Este ano vencemos a Peugeot e vencemos a Porsche e isso é mais um capítulo de uma aventura que podemos valorizar”, comemora. “Vamos nos despedir com alguns pesares de que o conjunto de regras efetivamente nos tornou não competitivos, mas desejamos a todos boa sorte para uma era emocionante em um esporte pelo qual todos na Glickenhaus são totalmente apaixonados”, finalizo

Parabólica
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