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Atletismo

Pistorius encerra testemunho com cartão de amor da namorada

15 abr 2014 - 11h44
(atualizado às 12h44)
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Com a mensagem de amor, defesa de Pistorius tentou provar que não houve discussão entre acusado e a namorada
Com a mensagem de amor, defesa de Pistorius tentou provar que não houve discussão entre acusado e a namorada
Foto: AP

O velocista paralímpico sul-africano Oscar Pistorius encerrou nesta terça-feira seu testemunho perante o Superior Tribunal de Pretória, onde é julgado pelo assassinato de sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp, lendo uma mensagem de amor escrita para ele no dia crime (14 de fevereiro de 2013).

"Acho que hoje é um bom dia para dizer que te quero", dizia o cartão de felicitação escrito por Steenkamp no dia de São Valentim (dia dos namorados em muitos países) do ano passado, segundo leu o próprio velocista.

O cartão em questão foi entregue a Pistorius pelo advogado de defesa, Barry Roux, após o mesmo ter feito sua última pergunta a seu cliente. Desta forma, Pistorius encerrou sua declaração oral perante a juíza Thokozile Masipa, que preside o julgamento no Superior Tribunal de Pretória. Minutos antes, o promotor Gerrie Nel também encerrou seu duro interrogatório ao acusado.

O conteúdo do cartão é utilizado pela defesa para contrariar a versão da Promotoria, que sustenta que Pistorius matou intencionalmente sua namorada após uma discussão, fato confirmado por várias testemunhas convocadas por Nel durante o julgamento.

Por sua parte, o velocista paralímpico - que se transformou no primeiro atleta com as duas pernas amputadas a disputar uma edição dos Jogos Olímpicos - defendeu sua versão durante os nove dias de declaração. Segundo Pistorius, ele disparou contra a modelo de maneira acidental e por pânico, ao pensar que um intruso tinha invadido sua casa.

Durante o interrogatório, o promotor desprezou mais de uma vez a versão apresentada por Pistorius, ao qualificá-la como "improvável" e "impossível de acreditar". Nel também questionou o fato do velocista não ter gritado ao encontrar sua namorada ferida atrás da porta do banheiro, como o próprio atleta chegou a declarar. "O senhor gritou quando a viu?", perguntou Nel ao acusado, que respondeu à juíza que não.

"Era a primeira vez que a via (após ter disparado) e não gritou?", continuou o promotor se dirigindo ao velocista. "Não vi nenhum motivo para gritar", respondeu Pistorius, 27 anos e que poderá pegar uma pena de prisão perpétua se for condenado por "assassinato premeditado", como pede o promotor.

Antes de dar por fechado seu interrogatório, Nel resumiu sua versão do que ocorreu na noite do crime. Segundo ele, Steenkamp saiu correndo da cama e se refugiou no banheiro para se proteger de Pistorius, que pegou a pistola, a perseguiu e atirou através da porta.

No entanto, o velocista alega ter se levantado para pegar um ventilador na varanda e, ao ter escutado um barulho vindo do banheiro, pensou que um ladrão estivesse em sua casa, embora, na realidade, fosse Steenkamp, que tinha ido ao banho enquanto ele buscava o objeto.

Pistorius, que chorou em várias fases de sua declaração, abandonou o palanque visivelmente abalado e com as mãos tremendo, recebendo os abraços de sua irmã e seu tio durante o recesso do tribunal. O julgamento, iniciado no último dia 3 de março, seguirá com o testemunho do analista legista de defesa Roger Dixon e, de acordo com a imprensa local, deverá se estender até o dia 13 de maio.

EFE   
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