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Medicina do Esporte

Saiba como prevenir e tratar a canelite

31 out 2012 - 07h39
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Boa parte das lesões dos corredores tem como causa o movimento repetitivo característico da prática, mais especificamente a sobrecarga provocada em algumas partes do corpo quando há exagero no volume ou na intensidade da atividade. Diferentemente do que muitos acreditam, não são os joelhos os mais suscetíveis ao problema. Entre as regiões com maior incidência desse tipo de lesão está a canela.

Diferentemente do que muitos acreditam, não são os joelhos as maiores vítimas de lesões por conta da corrida, mas sim a canela
Diferentemente do que muitos acreditam, não são os joelhos as maiores vítimas de lesões por conta da corrida, mas sim a canela
Foto: shutterstock / Terra

A síndrome do estresse medial da tíbia, popularmente conhecida como "canelite", é uma inflamação que atinge a membrana interóssea localizada entre a tíbia e a fíbula, em decorrência da sobrecarga repetitiva. "Ela normalmente ocorre em atletas que intensificam o ritmo e o volume de treino buscando uma rápida melhora da performance, porém ainda não estão bem preparados para isso, o que acaba gerando uma sobrecarga", explica Arnaldo José Hernandez, chefe do grupo de medicina do esporte e cirurgia do joelho do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. O médico acrescenta ainda que há uma maior propensão à lesão no caso de corredores que possuem pernas arqueadas (popularmente conhecidos como estilo cowboy). "Estes já têm uma predisposição natural por conta dessa particularidade, que por si só já sobrecarrega a respectiva região", salienta.

A calenite é caracterizada por uma dor localizada na parte anterior da perna, normalmente sentida no início da atividade e aliviada no decorrer em virtude do aquecimento. Porém, ao final do exercício, com o esfriamento do corpo, ela retorna. "É uma dor difusa (espalhada), que pode ser percebida entre 5 e 10 cm do tornozelo, além de ser sensível ao toque", afirma Hernandez, dizendo que os sintomas são parecidos com os verificados nos casos de fratura por estresse, que pode ser um agravamento da canelite. "No caso da fratura, a dor é mais pontual, intensa, e não alivia durante o exercício", esclarece.

No primeiro momento, ao identificar a lesão, orienta o médico, o atleta deve diminuir o volume e a intensidade do treinamento e procurar um especialista. "No caso de uma fratura, ele deve suspender os treinos, pois se trata de um caso mais grave", adverte. O tratamento em relação à canelite prevê compressas de gelo, anti-inflamatório, fisioterapia (eletroestímulo), alongamento e fortalecimento local. Também pode exigir uma readequação da atividade física, caso haja algum problema na mecânica do movimento que tenha favorecido a lesão. O período mínimo para recuperação vai de 4 a 6 semanas. "A maioria dos corredores só procura um especialista quando a dor já se tornou crônica, o que faz com que o tratamento seja mais demorado. A recuperação é muito mais rápida quando a lesão começa a ser tratada uma ou duas semanas após o seu surgimento", observa Hernandez.

Para prevenir esse tipo de lesão, o ideal é o atleta fazer uma avaliação com um médico do esporte para verificar se não há sobrecarga em função da mecânica do movimento ou alguma outra predisposição. Também é preciso estar atento ao tipo de tênis e piso utilizados para a prática. O mais importante, porém, é respeitar a adaptação gradual do corpo ao ritmo do treino. "É basicamente saber dosar para não se sobrecarregar", conclui o médico.

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Fonte: Terra
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