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Como as empresas brasileiras podem ser impactadas pelo aumento das tarifas americanas

24 jul 2025 - 06h44
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A decisão anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa adicional de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto de 2025, representa um dos maiores desafios já enfrentados pelo comércio exterior brasileiro. A medida, comunicada oficialmente à administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afeta diretamente alguns dos principais setores da economia do Brasil, como mineração, siderurgia, agronegócio e manufatura, provocando um cenário de incerteza que ameaça não apenas grandes empresas exportadoras, mas também a população mais vulnerável.

No caso do agronegócio, produtos como suco de laranja, café, carne bovina e frutas frescas estão entre os mais suscetíveis. O setor de suco de laranja, por exemplo, já opera com uma tarifa fixa de US$ 415 por tonelada para acessar o mercado norte-americano; o novo adicional de 50% pode inviabilizar o produto brasileiro nos Estados Unidos. Dada a predominância do suco brasileiro nesse mercado, a diminuição nas exportações deve gerar acúmulo de estoque interno e pressão para redução nos preços pagos ao produtor rural. 

Para o café, o impacto é semelhante. Como o mercado americano responde por cerca de um quarto do consumo mundial, boa parte dele de origem brasileira, a imposição da tarifa pode tornar o produto do Brasil pouco competitivo, ameaçando toda a cadeia produtiva, de agricultores a torrefadores e varejistas. Outros ramos diretamente afetados são os de minérios e siderurgia, com o aço entre as maiores exportações do Brasil para os EUA; a tarifa pode reduzir drasticamente as vendas externas e ameaçar empregos, principalmente nas regiões Sul e Sudeste.

Pequenas e médias empresas, menos preparadas para absorver o choque de custos e para acessar outros países, tendem a ser as mais vulneráveis. Também existe a possibilidade de agravamento da inflação, caso a alta dos custos seja repassada para toda a cadeia produtiva, impactando o preço de alimentos e produtos manufaturados no mercado interno.

Para a população, há o risco de aumento do desemprego em segmentos exportadores e de queda da renda em comunidades agrícolas e industriais. A redução nas exportações costuma impactar empregos diretos e indiretos ao longo de toda a cadeia, desde trabalhadores rurais em fazendas até operários em fábricas e motoristas de transportadoras. 

A desvalorização do real, que já acompanhou o anúncio das tarifas, pode encarecer produtos importados, reduzir o poder de compra e elevar ainda mais o custo de vida. Além disso, setores dependentes da exportação podem pressionar por subsídios do governo, o que impacta as contas públicas e pode limitar investimentos em saúde e educação.

O momento exige um acompanhamento minucioso dos setores mais ameaçados e uma rápida capacidade de adaptação das empresas e políticas públicas. O impacto das tarifas de Trump sobre o Brasil pode não significar uma crise instantânea para o PIB, como apontam alguns analistas, mas representa um sério risco de deterioração do ambiente de negócios e do bem-estar da população caso as tensões comerciais se prolonguem ou escalem nos próximos meses.

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