Um fantasma que devastou a economia do Japão agora assombra a China: o de 14 milhões de casas vazias
Com o estouro da bolha imobiliária, o consumo interno mais fraco e o envelhecimento acelerado, o país está entrando em um reino de vulnerabilidade crônica.
Em maio de 2024, o New York Times publicou uma reportagem que expôs a crise imobiliária na China. Não havia dúvidas. Foi uma das mais graves da história recente, e os números foram devastadores: quatro milhões de apartamentos foram concluídos e não vendidos, e outros dez milhões foram vendidos, mas ainda não construídos. O excesso de oferta foi consequência direta de algo que já havia acontecido no Japão.
Um ano depois, a situação é um pouco pior.
O precedente japonês
A comparação entre a economia chinesa atual e a do Japão na década de 1990 era inevitável: ambas enfrentam as consequências de bolhas imobiliárias infladas por políticas fiscais e monetárias erráticas, expectativas excessivas e um cenário demográfico adverso. O Japão vivenciou um boom imobiliário que mais que dobrou a relação custo-renda, sustentado por uma onda de compradores de primeira viagem, políticas tributárias favoráveis relacionadas a terrenos e desregulamentação financeira.
A miragem da riqueza impulsionou o consumo e o emprego, mas quando a população começou a envelhecer e o número de novos compradores diminuiu, os valores imobiliários despencaram, arrastando para baixo o mercado de ações e mergulhando o país em uma armadilha deflacionária marcada pelo desemprego e pela queda nas taxas de natalidade.
A solução japonesa
O Japan Times lembrou que a resposta política de Tóquio, baseada em estímulos monetários e fiscais agressivos, diagnosticou erroneamente a raiz do problema: tratava-se de um ...
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