Trump diz que Boeing deveria 'dar calote' na China por suspensão de compra de aviões
Republicano diz que retaliação à companhia americana é 'apenas um pequeno exemplo do que a China tem feito com os EUA há anos'
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu que a fabricante de aeronaves norte-americana Boeing "deveria dar calote na China" por não receber os aviões "lindamente finalizados" que o país asiático "se comprometeu a comprar". Segundo o republicano, esse episódio é "apenas um pequeno exemplo do que a China tem feito com os EUA há anos".
Na semana passada, a China ordenou que as companhias aéreas domésticas suspendam os recebimentos de aviões da Boeing. Trump impôs tarifas de até 145% sobre uma grande parte das importações da China, e Pequim retaliou impondo suas próprias tarifas de 125% sobre as importações dos EUA. A China também pediu às companhias aéreas do país que "suspendessem todas as compras de equipamentos e peças de aeronaves de empresas americanas".
Nesta quinta-feira, 24, Trump também voltou a atacar a China sobre o tráfico de fentanil. Na mesma publicação na Truth Social, o presidente americano afirmou que a droga sintética continua entrando no país "vindo da China, passando pelo México e pelo Canadá, matando centenas de milhares de americanos. É melhor que isso pare, AGORA!".
Na quarta, o presidente dos Estados Unidos havia indicado que poderia rever tarifas comerciais dentro de "duas a três semanas". Segundo ele, caso não haja acordo com determinados países ou empresas, os EUA adotarão tarifas "justas" unilateralmente, como estratégia de proteção econômica. Em 9 de abril, Trump decidiu suspender por 90 dias as chamadas tarifas recíprocas, para abrir espaço para negociações bilaterais. Ele ainda mencionou a chance de um "acordo especial" com Pequim.
"No fim, acho que vamos conseguir ótimos acordos. E, aliás, se não conseguirmos um acordo com uma empresa ou país, vamos definir a tarifa. Acabamos de definir uma tarifa. Acho que isso vai acontecer nas próximas semanas, não é? Acho que sim, nas próximas duas ou três semanas vamos definir os números. E pode ser para a China também. Estamos lidando com quase todos, são muitos para lidar ao mesmo tempo, mas estamos sendo justos. Pode ser com a China, talvez façamos um acordo especial. Vamos ver como será", afirmou Trump. Nesta quinta-feira, a China negou que esteja em negociações com os EUA sobre o tema.
O republicano admitiu ainda considerar a tarifa de 145% contra o país asiático como "muito alta". Questionado se teria se preocupado com os efeitos dessa sobretaxa sobre os pequenos negócios americanos, e, por isso, cogitado "reduzi-las", Trump negou.
"Não, eu não reduzi. Ainda está em 145%. Eu disse que é uma tarifa alta, é mesmo, mas não reduzi. Basicamente significa que a China não está fazendo negócios conosco. Porque é um número muito alto. Quando você adiciona isso ao preço de um produto, muitos desses produtos não vão vender. Mas eu me dou muito bem com o presidente Xi Jinping. Espero que possamos fazer um acordo. Se não, vamos definir um preço. E, com sorte, eles virão e vão contribuir. Se não vierem, tudo bem também", declarou.
