Trump ameaça elevar tarifa de produto da Índia por negócios com a Rússia
Segundo presidente americano, indianos estão comprando grande quantidade de petróleo da Rússia para vendê-lo no mercado aberto, com lucro
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou que elevará "substancialmente" a tarifa cobrada sobre as importações da Índia, mas não especificou a alíquota que será praticada.
Em publicação na Truth Social, o republicano justificou a medida com o fato de os indianos comprarem grande quantidade de petróleo da Rússia para vendê-lo no mercado aberto, com "grande lucro".
"Eles não se importam com quantas pessoas na Ucrânia estão sendo mortas pela máquina de guerra russa", acusou. Na semana passada, a Casa Branca havia revelado sobretaxa de 25% sobre os produtos da Índia.
Nesta quinta-feira, 31, Trump anunciou uma série de novas tarifas sobre as exportações de dezenas de parceiros comerciais do país, avançando com um plano potencialmente disruptivo para intensificar sua guerra comercial global.
As taxas variam em até 50% sobre algumas importações para os Estados Unidos, enquanto Trump busca punir as nações que não puderam ou não quiseram oferecer concessões comerciais favoráveis a Washington.
Suíça
O governo da Suíça anunciou nesta segunda-feira, 4, que vai "continuar as negociações" com os Estados Unidos após a decisão de Washington de impor uma tarifa de 39% sobre quase 60% das exportações suíças ao país. A medida, que entra em vigor em 7 de agosto, coloca a Suíça em "clara desvantagem", segundo o governo, em relação a outros parceiros comerciais. Apesar do impacto esperado, o governo suíço afirmou que não considera adotar contramedidas neste momento.
De acordo com o comunicado, a Suíça está pronta para apresentar "uma oferta mais atraente", levando em conta as preocupações dos EUA e buscando aliviar a situação tarifária atual. O país garante que seu superávit comercial até março de 2025 não é fruto de práticas comerciais desleais.
Segundo o Conselho Federal, órgão executivo do governo suíço, desde janeiro de 2024, mais de 99% dos produtos industriais dos EUA entram no mercado suíço sem tarifas, e "a Suíça não aplica subsídios industriais que possam distorcer a concorrência".
O Conselho Federal afirmou ainda que mantém "contato estreito" com os setores afetados da economia suíça e com autoridades dos EUA e que está "determinado a prosseguir as discussões, se necessário, além do prazo de 7 de agosto".
Refletindo as medidas comerciais americanas contra o país, as ações de empresas mais expostas recuavam nesta segunda-feira na Bolsa de Zurique, que voltou a operar hoje depois de um feriado. A tarifa de 39% é bem maior do que a imposta à União Europeia (UE), de 15%.