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Taxa das Blusinhas arrecada pouco e pune os mais pobres

Um ano após a cobrança, medida tem baixo impacto arrecadatório, carece de embasamento técnico e reforça a regressividade do sistema tributár

20 ago 2025 - 06h24
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Resumo
A "taxa das blusinhas" arrecadou pouco em um ano, carecendo de embasamento técnico e sendo criticada por sua regressividade, afetando diretamente os mais pobres e gerando forte rejeição social.
Foto: Reprodução

Passado um ano da implementação da tributação de remessas internacionais de até US$ 50, conhecida como “taxa das blusinhas”, o advogado tributarista Ranieri Genari, especialista pelo IBET e consultor tributário na Evoinc, questiona a eficácia e a justiça da medida.

Segundo dados da Receita Federal, a cobrança tem gerado arrecadação média mensal de R$ 175,8 milhões. Para Genari, o valor é marginal frente ao orçamento da União.

“Para justificar essa cobrança, seria necessário demonstrar impactos estruturais mais amplos — como a correção de distorções competitivas com o varejo nacional ou combate à informalidade — o que na prática, não ocorreu”, afirma.

Ele observa ainda que o efeito prático foi tributar um segmento de consumo acessível à camada mais baixa da população, sem contrapartida evidente em redistribuição de renda ou equilíbrio fiscal.

O tributarista também critica a ausência de estudos técnicos que fundamentassem a decisão.

“Nota-se a completa ausência de estudos de impacto — especialmente considerando a abrangência do e-commerce — o que levanta dúvidas legítimas sobre a fundamentação técnica da medida, que parece mais alinhada a uma lógica de caixa do que a uma política fiscal equânime.”

Na avaliação de Genari, a tributação é regressiva e recai quase exclusivamente sobre pessoas físicas que usam o e-commerce internacional para ter acesso a produtos mais baratos ou indisponíveis no mercado local.

“Isso contrasta de maneira gritante com a leniência histórica do Estado em revisar benesses fiscais de grandes players, com forte lobby no Congresso.”

Apesar de ter sido criada pelo Legislativo, a medida teve custo político transferido ao Executivo.

“Ao renunciar ao protagonismo na construção de uma solução tributária justa, o Governo Federal assumiu politicamente o custo de uma medida com forte rejeição social, algo que certamente reverberou no baixo índice de aprovação da gestão.”

(*) Homework inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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