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Tarifaço: 'Ingerência' dos EUA na vida política do Brasil tem a ver com terras raras, diz Haddad

Ministro ressaltou que definição de marco regulatório é essencial para organizar o setor e valorizar recursos escassos

24 ago 2025 - 23h52
(atualizado em 24/8/2025 às 07h34)
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou que a "ingerência" dos Estados Unidos na política brasileira está ligada ao interesse estratégico do governo americano nas terras raras e minerais críticos do Brasil. Ele afirmou tem insistido junto ao presidente Lula sobre a necessidade de aprovar o marco regulatório do setor.

"Eu tenho insistido com o presidente Lula que a gente precisa deixar pronto o marco regulatório do setor", disse em entrevista ao canal TV GGN, destacando a importância estratégica do tema. "Os Estados Unidos não têm 10% dos minerais críticos que o Brasil tem", comparou.

Minerais críticos são aqueles considerados essenciais para setores estratégicos, como tecnologia, defesa e transição energética. Incluem elementos como lítio, cobalto, níquel e terras raras, fundamentais para baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e semicondutores.

Haddad ressaltou que a definição do marco regulatório é essencial para organizar o setor
Haddad ressaltou que a definição do marco regulatório é essencial para organizar o setor
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Haddad ressaltou que o marco regulatório é de atribuição do Ministério de Minas e Energia (MME) e que ainda não foi formalmente encaminhado à Fazenda para análise.

Essa discussão voltou à tona em meio às negociações do tarifaço imposto ao Brasil pelo presidente norte-americano,Donald Trump, uma vez que os Estados Unidos demonstraram interesse pelo segmento.

"Mesmo essa ingerência (dos EUA) na vida política brasileira tem a ver, na minha opinião, com isso (terras raras)", disse Haddad, em referência ao tarifaço. Eles precisam de um governo entreguista, porque é estratégico para eles. Eles acham que a América Latina é o quintal dos Estados Unidos", afirmou.

O ministro ressaltou que a definição do marco regulatório é essencial para organizar o setor e valorizar recursos escassos, que têm grande relevância geopolítica e econômica, além de potencial para gerar empregos, inovação e desenvolvimento sustentável.

Como mostrou o Estadão, o governo Lula discute lançar uma política nacional voltada à atração de investimentos em minerais críticos antes da COP-30, em Belém (PA). Segundo apurou o Estadão/Broadcast, um dos eixos discutidos é a emissão de debêntures incentivadas no setor minerário.

"Nós temos rigorosamente todas as vantagens competitivas. Temos o melhor vento, o melhor sol, a terceira maior reserva de terras raras e minerais críticos. É óbvio que isso vai exigir parceria, porque não temos toda a tecnologia disponível aqui, mas precisamos transformar isso em valor agregado, em emprego de qualidade, em tecnologia de ponta", afirmou.

Haddad acrescentou que o Brasil precisa avançar na criação de empresas nacionais de tecnologia, principalmente no processamento de dados, já que hoje 60% das informações brasileiras são processadas fora do País.

"Imagina do ponto de vista de soberania, com as ameaças em curso, o que isso pode significar? Amanhã uma pessoa com viés autoritário pode querer prejudicar o Brasil", alertou.

Tarifaço: Lula e Alckmin agem sem bravata, mas com firmeza, diz Haddad

O ministro da Fazenda afirmou que o governo brasileiro atua de forma estratégica frente às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. "Lula e Alckmin agem sem bravata, mas com firmeza sobre tarifas dos EUA", disse, destacando que a prioridade é proteger a economia nacional sem recorrer a confrontos diretos.

O ministro lembrou o impacto dessas tarifas no consumidor americano, usando exemplos de produtos exportados pelo Brasil aos Estados Unidos. "Carne e café estão mais caros nos EUA; mesma peça de carne a R$ 40 aqui custa US$ 120 lá".

Haddad ressaltou que, embora haja desafios no curto prazo, os produtos brasileiros continuam competitivos internacionalmente e que outros mercados seguem abertos para exportações.

Segundo ele, a postura de Lula e Alckmin reflete uma estratégia mais ampla de defesa da economia, combinando proteção de setores produtivos e ampliação de parcerias comerciais, ao mesmo tempo em que busca reduzir efeitos negativos de tarifas elevadas sobre o consumidor e o comércio internacional.

Estadão
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