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Stone, de maquininhas, vende empresa de software Linx para a Totvs, por R$ 3 bi, metade do que pagou

Negócio põe fim a uma história de cinco anos da Linx com a Stone, que comprou a companhia no final de 2000 por R$ 6,7 bi, na época em uma acirrada disputa com a Totvs

22 jul 2025 - 09h44
(atualizado às 10h15)
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A Stone, empresa de maquininhas de cartão, vendeu a empresa de softwares Linx para a Totvs, em um negócio de R$ 3,05 bilhões em dinheiro por 100% das ações. A transação foi anunciada na manhã desta terça-feira, 22.

Pelos termos do negócio, a Stone vai ficar com o caixa líquido atual da Linx, estimado em R$ 360 milhões, o que eleva o valor patrimonial total da transação com a Totvs para R$ 3,41 bilhões.

No caso da Linx, pelo acordo entre as duas companhias, além de ficar com o caixa atual da empresa de softwares, todo o caixa gerado entre a assinatura da venda — que ocorreu na noite desta segunda-feira — e o fechamento da aquisição — que ainda precisa ser aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) — será retido pela Stone.

Stone comprou a Linx no final de 2000 por R$ 6,7 bilhões, na época em uma acirrada disputa com a Totvs
Stone comprou a Linx no final de 2000 por R$ 6,7 bilhões, na época em uma acirrada disputa com a Totvs
Foto: Stone/Divulgação / Estadão

"Com esta aquisição, reforçaremos nossa posição no varejo, expandindo nosso portfólio e fortalecendo nossa capacidade de atender às demandas de todos os perfis de varejistas. Trata-se de um grande e importante avanço em nossa oferta de tecnologia para este setor e, dado o nosso elevado nível de investimento em P&D, nos permitirá impulsionar o desenvolvimento de inovações relevantes para os clientes Linx, inclusive em IA", diz o presidente da Totvs, Dennis Herszkowicz.

A venda da Linx põe fim a uma história de cinco anos da empresa de tecnologia com a Stone, que comprou a companhia no final de 2000 por R$ 6,7 bilhões, na época em uma acirrada disputa com a Totvs.

A Stone colocou a Linx à venda no ano passado, e nomes como a israelense Nayax, a própria Totvs e a canadense Constellation olharam o negócio. Mas as propostas de preço não atingiram o valor esperado pela Stone, que buscava vender a Linx ao menos pelo preço que pagou, e o processo de venda foi suspenso em fevereiro desde ano.

Em abril, a Totvs surpreendeu e anunciou que negociava com exclusividade a compra da Linx. Pouco antes, a Stone havia feito uma baixa contábil (impaiment) relativa ao ágio pago pela Linx em 2021, e que foi ao todo de R$ 3,6 bilhões.

Quando a Stone comprou a Linx, havia a expectativa de que haveria uma sinergia grande, que poderia vir das operações (cross-sell) entre softwares, especialmente de varejo, o forte da empresa de tecnologia, e serviços financeiros, o forte da empresa de pagamentos.

Mas essa sinergia não aconteceu na intensidade esperada, especialmente porque logo em seguida à aquisição, a integração foi baixa e a Stone começou a ter problemas em seu negócio de crédito, com uma disparada da inadimplência após emprestar muito para pequenos comércios. Agora, com a Totvs, espera-se que as sinergias sejam extraídas e, na visão de um executivo, pode até dobrar o Ebitda (fluxo de caixa) da Linx em pouco tempo.

Plataforma SimplesVet

A Stone também anunciou a venda da SimplesVet, plataforma de gestão voltada para clínicas veterinárias, para a PetLove. A operação foi avaliada em R$ 140 milhões, valor equivalente a quatro vezes a receita da empresa, e já recebeu aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A transação faz parte do processo de reestruturação do negócio de softwares.

Sem Linx e SimplesVet, as demais operações de software que permanecem sob gestão da Stone somam uma receita anual estimada de R$ 326 milhões e Ebitda (lucro antes dos impostos, juros e amortizações) de R$ 32 milhões, de acordo com comunicado da empresa.

Para os rumos dos ativos de software que sobraram, que incluem nomes como a Reclame Aqui e a Questor, que faz softwares para escritórios de contabilidade, há opções em análise pela Stone. Entre elas, podem ser integrados ao portfólio principal da companhia de maquininhas ou pode ser feita uma saída estratégica como as duas anunciadas nesta terça. Segundo pessoas a par das negociações, a tendência é que essa segunda opção ocorra e as empresas sejam vendidas, mas o martelo não foi batido ainda.

A Stone promete divulgar os detalhes sobre o que fará com os recursos da venda da Linx após a aprovação regulatória da venda e fechamento final do negócio, que depende do Cade. A companhia ressaltou nesta terça que, considerando a sua política de alocação de capital, pode "devolver capital excedente aos acionistas sempre que não houver oportunidades imediatas de crescimento com geração de valor".

"Esta negociação é um passo importante na reestruturação do nosso portfólio, alinhada à estratégia de longo prazo da companhia. Seguimos focados nas frentes mais estratégicas para impulsionar o crescimento", afirma o CEO da Stone, Pedro Zinner, em nota à imprensa.

Estadão
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