Selic menor faz com que rendimento da poupança caia
Com o sétimo corte na taxa básica de juros (Selic), que passou de 9% ao ano para 8,5% ao ano nesta quarta-feira, os rendimentos das cadernetas de poupança serão modificados. A partir desta quinta-feira (31), os depósitos serão corrigidos por valor de 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR). Neste caso, com a Selic a 8,5%, a remuneração ao ano é de 5,95% ao ano. Até então, a poupança rendia 0,5% ao mês, o que dava 6,17% ao ano.
A regra de rendimento da poupança foi modificada no início deste mês e será válida sempre que a Selic for igual ou inferior a 8,5% ao ano - como está agora. As demais regras estão mantidas, como a isenção do Imposto de Renda e o direcionamento dos recursos captados pelos bancos com as cadernetas para o crédito habitacional e agrícola.
A opção do governo em criar um redutor para a remuneração da poupança atrelado à Selic abre caminho para o BC manter a política de redução da taxa básica de juros no País. Dentro da equipe econômica há avaliações de que o recuo da poderia estimular uma forte migração de outros investimentos para a poupança, cuja remuneração atual ficaria mais atrativa.
Com o rendimento da poupança a 6,17% ao ano e a Selic em baixa, a poupança passaria a render mais do que os outros fundos de renda fixa. Assim, os investidores tenderiam a depositar dinheiro na caderneta de poupança em vez de comprar títulos do Tesouro Nacional.
O Tesouro vende títulos públicos como forma de prolongar a dívida interna do País. Esses papéis também são uma forma de investimento para os compradores, que ganham juros por "emprestar" dinheiro ao governo por um determinado período de tempo. Sem esses compradores, o governo deixa de arrecadar dinheiro para alongar a dívida, tendo que custeá-la com recursos que poderiam ir para áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança.