Revlon entra com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos
Companhia de cosméticos tem enfrentado dificuldades também de acompanhar os padrões de beleza em constante mudança; problemas da Revlon só se intensificaram com a pandemia à medida que as vendas de batom despencaram
A Revlon, empresa multinacional de cosméticos de 90 anos, entrou com pedido de proteção contra falência - processo conhecido no Brasil como recuperação judicial - sobrecarregada por dívidas crescentes, interrupções na cadeia de suprimentos global e novos concorrentes.
A companhia tem enfrentado dificuldades também de acompanhar os padrões de beleza em constante mudança. A empresa demorou a seguir a tendência de cosméticos menos chamativos como a substituição de batom vermelho por tons mais suaves a partir da década de 1990. Além de rivais como a Procter & Gamble, enfrentou uma concorrência crescente de linhas de cosméticos de celebridades como Kylie, de Kylie Jenner, que capitalizou seus seguidores nas mídias sociais.
Os problemas da Revlon só se intensificaram com a pandemia à medida que as vendas de batom despencaram. As vendas caíram 21% em 2020, o início da pandemia, embora essas vendas tenham reagido 9,2% no relatório anual mais recente da companhia, com as vacinas agora difundidas. No último trimestre encerrado em março, as vendas subiram quase 8%. A empresa evitou a falência no final de 2020 ao persuadir detentores de títulos suficientes a estender sua dívida vencida.
A empresa com sede em Nova York disse que, após a aprovação do tribunal, espera receber US$ 575 milhões em financiamento de seus credores, o que permitirá manter suas operações diárias em funcionamento.
Nenhuma das subsidiárias operacionais internacionais da Revlon está incluída no processo, exceto Canadá e Reino Unido. O pedido foi feito no Tribunal de Falências dos EUA para o Distrito Sul de Nova York.
A empresa listou ativos e passivos entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões, de acordo com seu pedido de falência.
