Prévia: lucro de Cielo, Redecard e BM&FBovespa fraqueja no 2º tri
<br/><br />O aumento das despesas devido a um cenário de maior competição deve ter pesado nos lucros do segundo trimestre das empresas de meios de pagamento eletrônico e da bolsa brasileira, segundo pesquisa da <i>Reuters</i> com analistas. O lucro da Cielo e da Redecard deve ter recuado na comparação com igual período de 2010, devido a maiores descontos concedidos por elas a lojistas e à <br />contratação de mais funcionários para tentar enfrentar a concorrência e evitar queda de market share. Logo, as margens também devem seguir pressionadas. <br /><br />As duas gigantes de processamento de pagamentos estão enfrentando um ambiente mais adverso desde o ano passado, quando o governo implementou mudanças no setor para tentar aumentar a concorrência. Novos entrantes estão cortando taxas agressivamente a fim de ganhar fatia do mercado, levantando preocupações que uma guerra de preços possa prejudicar a rentabilidade durante anos. <br /><br />Mas estimativas divulgadas por ambas as empresas indicaram uma reversão de tendência desde abril. O declínio nos descontos a lojistas indicam melhoras. "No geral, esperamos uma reação positiva do mercado para os resultados das adquirentes do segundo trimestre, especialmente Redecard, que pode ter tido forte crescimento do volume no comparativo anual", disseram os analistas Boris Molina e Henrique Navarro, do Santander, em relatório. <br /><P><br />Ações de ambas as empresas podem ganhar se os resultados derem um sinal de que o ritmo de pressão vai diminuir nos próximos meses. O lucro líquido no Cielo, que divulga seu balanço no dia <br />26, deve ter caído 9,4% de abril a junho ante igual período de 2010, para R$ 415 milhões, de acordo com a média das eprevisões de nove analistas. <br /><br />A pesquisa apontou que as despesas aumentaram cerca de 20% na comparação anual, como volumes de transação mais elevados, melhorias de call center e gastos de marketing. Já a Redecard, que reporta seus números um dia depois, provavelmente teve queda de 23% no lucro, para R$ 288 milhões. <br /><b>BM&FBovespa</b><br><br />Assim como as adquirentes de cartões, a BM&FBovespa está enfrentando o desafio de maior concorrência. As ações da empresa têm sido pressionadas pela perspectiva da entrada de um novo rival no Brasil - levantando preocupações de que os ganhos poderiam sofrer com o fim do monopólio da bolsa. <br /><br />Menores volumes no mercado de ações, que tem tido um momento ruim em meio ao cenário externo adverso, que também provocou a suspensão de algumas ofertas públicas de ações, também pesaram. Com isso, o lucro provavelmente teve queda de 11% no segundo trimestre, para R$ 272 milhões, de acordo com a média das projeções de cinco analistas. O Ebitda provavelmente caiu 12%, para R$ 300 milhões, também na comparação anual. A BM&FBovespa divulga seus resultados em 9 de agosto.