Presidente do Fed de Richmond diz haver inclinação para mais cortes de juros em meio à incerteza
O Federal Reserve ainda está inclinado a realizar novos cortes na taxa de juros neste ano, embora a incerteza sobre o impacto de novas iniciativas comerciais, imigratórias e regulatórias do governo de Donald Trump precise ser melhor compreendida, disse o presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, nesta quarta-feira.
Junto das tarifas, há "a desregulação - onde será atingida -, a imigração, a política energética, a geopolítica, há muita incerteza no ar", disse Barkin na Bloomberg Television.
Porém, com a expectativa de que a inflação desacelere ainda mais neste ano e de que a economia continue crescendo, "começo com uma linha de base bastante favorável" a novos cortes, disse Barkin. "Essa é certamente a tendência".
Os comentários de Barkin refletem o que se tornou uma visão consensual no banco central dos Estados Unidos, que decidiu manter a taxa de juros inalterada neste mês, enquanto aguarda mais dados sobre empregos e inflação e o resultado das medidas do governo Trump.
Em apenas um fim de semana, por exemplo, Trump passou da implementação de tarifas de 25% sobre México e Canadá para um adiamento de um mês que, segundo alguns economistas, provavelmente será prorrogado após negociações entre os países vizinhos.
A atual faixa da taxa de juros de 4,25% a 4,50% continua restritiva e, portanto, deve continuar reduzindo a inflação para a meta de 2% do Fed em relação aos níveis atuais, cerca de meio ponto percentual acima dessa meta, disse Barkin.
Mas "é melhor esperar para ver", disse Barkin, um sentimento compartilhado nesta semana por outras autoridades do Fed, incluindo o vice-chair Philip Jefferson em comentários na terça-feira.
