PUBLICIDADE

Secretário de Comércio dos Estados Unidos visitará o Brasil

Wilbur Ross deve visitar Brasília e SP na próxima semana para estreitar relações comerciais por agenda Trump-Bolsonaro

23 jul 2019 - 20h18
(atualizado às 21h52)
Compartilhar
Exibir comentários

WASHINGTON - O secretário de comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, tem uma viagem planejada ao Brasil para a próxima semana, segundo fontes que articulam a visita. A agenda de Ross ainda está sendo montada, mas há previsão de passagens do americano por Brasília, onde irá se encontrar com integrantes do governo, e por São Paulo.

A viagem é considerada pelos americanos e brasileiros como um dos passos de estreitamento das relações comerciais entre os dois países depois da visita do presidente Jair Bolsonaro a Donald Trump, em março. Na época, após encontro dos dois líderes na Casa Branca, Brasil e EUA concordaram em reduzir barreiras de comércio e investimentos - o que foi chamado de "parceria para a prosperidade" no texto da declaração conjunta.

O encontro de Donald Trump com Jair Bolsonaro e o filho na Casa Branca em março
O encontro de Donald Trump com Jair Bolsonaro e o filho na Casa Branca em março
Foto: Alan Santos/Presidência da República / Estadão Conteúdo

Os dois países devem anunciar a retomada de um mecanismo bilateral chamado Diálogo Comercial. No passado, os encontros para incentivar comércio e investimentos eram conhecidos como MDIC-DoC - uma referência às siglas do então Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, no Brasil, e do Departamento de Comércio americano. Apesar de o mecanismo já existir desde 2006, EUA e Brasil querem avançar de forma mais ambiciosa em liberação de barreiras que não envolvam debate sobre tarifas, por exemplo, e temas de transparência em regulação.

Ross deve se encontrar com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Os americanos também articulam um encontro com Bolsonaro, que tem deixado claro que deseja intensificar a relação com os Estados Unidos.

Fontes do governo brasileiro querem aproveitar a presença de Ross para falar sobre a ideia de um acordo do Mercosul com os Estados Unidos. O presidente da Argentina, Maurício Macri, falou publicamente da intenção, que também é tratada pelo governo brasileiro nos bastidores. O tema já foi levado a Ross por integrantes da equipe econômica do governo brasileiro, mas Washington tem reagido de forma cética à entrada em um novo acordo de livre comércio.

Desde a chegada de Trump à Casa Branca, os EUA decidiram se retirar ou renegociar acordos de livre comércio - caso do Tratado Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), do qual os americanos desembarcaram, e do Nafta, que foi refeito. Além disso, o governo americano tem esforços voltados para negociações comerciais travadas com a China.

Apesar de o Brasil querer explorar o tópico, a avaliação entre integrantes do governo é de que os EUA devem avançar nos temas regulatórios e não tarifários, em um primeiro momento. Fontes do governo americano afirmam que apesar do entusiasmo com a gestão Bolsonaro é preciso avaliar como o Brasil vai encaminhar reformas domésticas e conduzir negociações bilaterais, para que o avanço da relação diplomática e comercial aconteça de "forma fluida".

Em março, os dois países também anunciaram a recriação do CEO Fórum, uma reunião de executivos americanos e brasileiros para discutir temas comuns. O último encontro aconteceu em 2015. A perspectiva é de que Ross também trate da próxima reunião do grupo, que deve acontecer em novembro.

Veja também:

Tribo é flagrada na Amazônia em meio a avanço de madeireiras:
Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade