Pizza quadrada? No setor de pizzarias, inovar é fundamental
A pizza é uma das preferências nacionais quando o assunto é refeição fora do lar. De acordo com levantamento da Associação Pizzarias Unidas, cerca de 2 milhões de unidades são vendidas por dia no Brasil e existem aproximadamente 30 mil pizzarias formais no País. Apenas o Estado de São Paulo abriga um terço desses estabelecimentos. Por isso, se diferenciar da concorrência é um dos maiores desafios dos empreendedores do setor.
"Acredito que a cidade de São Paulo já está saturada. Por outro lado, o interior do Estado ainda é uma praça atraente e as regiões Norte e Nordeste, também", afirma Adilson Barboza, diretor da associação. Para ele, um dos "vilões" da capital é a informalidade. São estabelecimentos que não estão regularizados e, consequentemente, não pagam impostos e não formalizam o quadro de funcionários. "E são esses os itens que mais pesam no preço final da pizza. Diria que 20% das pizzarias de São Paulo são informais", aponta.
A única maneira de crescer, principalmente em localizações saturadas, opina Adilson, é inovando. Segundo o diretor, o diferencial no serviço e no atendimento é o que fideliza clientes. "Inovações em produtos são momentâneas. Você faz um sabor novo, mas ele logo se incorpora ao resto do cardápio", analisa.
Inovação no atendimento
A rede Os Muzzarellas nasceu em 2004 e, desde 2008, aposta no atendimento online. Com isso, os clientes têm à disposição o cardápio completo de pizzas, podem agendar o horário em que desejam receber o produto e acumulam pontos. Rogério Padula, gerente de marketing da rede, afirma que cerca de 50% dos pedidos são feitos pela internet. O restante é feito por telefone e no balcão das unidades. "Levamos facilidade para o cliente e o tiramos da fila que se formava na loja", diz.
A marca também oferece um formato diferente: a pizza quadrada. "Quando começamos, vimos que não dava para ser mais uma no mercado. Precisávamos de um jeito inusitado de oferecer um produto que já era muito conhecido. Foi daí que surgiu a ideia de produzir pizza quadrada", explica Rogério. O produto está disponível em três tamanhos e em mais de 50 sabores.
Para expandir com mais rapidez, a empresa decidiu entrar no sistema de franquias em 2010. Hoje, são nove lojas: três em São José dos Campos (SP), uma em Jacareí (SP), uma em Taubaté (SP), uma em Araraquara (SP), uma em Sorocaba (SP), uma em Campinas (SP) e a última no Rio de Janeiro.
A meta é fechar 2012 com pelo menos 15 unidades e chegar a um faturamento 60% maior do que o do ano passado. Cada loja fatura, em média, R$ 90 mil mensais e o investimento inicial é de R$ 170 mil a R$ 230 mil.
Inovação no produto
Guilherme Brown, gerente de marketing da rede Dídio Pizza, acredita que o foco em determinado público-alvo faz com que uma pizzaria consiga se destacar. "O grande diferencial da pizza é que ela pode atingir todas as classes sociais. E o que define a qual delas ela é voltado é o preço e a qualidade", explica.
A franquia Dídio, que foca no público B e atua somente na modalidade de delivery, constatou que uma determinada parcela dos clientes não consumia os produtos com frequência por conta das calorias. A saída foi investir nas pizzas light. "Uma pizza light tem entre 30% e 50% menos caloria quando comparada a uma tradicional", afirma Guilherme.
A versão light está disponível em quatro sabores e sua massa é feita com farinha 100% integral. "Esse é outro valor da classe B. Eles querem consumir alimentos saudáveis e já foi comprovado que o grão integral traz uma série de benefícios para a saúde", esclarece o gerente.
Para ser franqueado da rede é preciso investir R$ 230 mil. A Dídio possui 14 lojas em operação - três no interior de São Paulo e o restante na capital - e quer fechar o ano com 27 unidades.
