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PIB e indústria devem ter leve crescimento em 2015, diz CNI

Entidade calcula que os juros terminarão, em 2015, em torno de 12,5% e que a inflação encerrará o próximo ano em 6,2%

16 dez 2014 - 15h40
(atualizado às 15h41)
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Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em entrevista na 6ª Cúpula dos Brics
Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em entrevista na 6ª Cúpula dos Brics
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Após um ano de 2014 “difícil e duro”, durante o qual o setor industrial teve “desempenho frustrante”, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê uma leve melhora dos indicadores econômicos em 2015. A expectativa da entidade é que o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no País) cresça timidamente ao longo do próximo ano e que os juros continuem em alta, freando o consumo e os investimentos.

Segundo o Informe Conjuntural Anual, estudo da CNI com previsões sobre a economia, o PIB deve crescer 1% no ano que vem, ou seja, metade dos 2% estimados pelo governo federal. Este ano, pelos cálculos dos economistas da entidade o crescimento não passará de 0,3%, resultado que indicaria a estagnação de nossa economia.

A entidade calcula que os juros terminarão, em 2015, em torno de 12,5% e que a inflação encerrará o próximo ano em 6,2%, quase o limite superior da meta fixada pelo governo de 6,5%. A CNI projeta 6,4% de inflação para este ano.

Para o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, o desafio do País a partir de 2015 será restaurar os fundamentos macroeconômicos e aumentar a competitividade da indústria tarefa considerada difícil já que a confederação prevê que o consumo das famílias crescerá 0,7%. Esse aumento contribuirá para que a atividade industrial cresça 1%, mas não criará as condições sustentáveis de um crescimento maior, avalia a CNI.

“Nos últimos anos, observamos uma desaceleração da demanda de consumo das famílias. Isso não é uma característica de 2014, mas demonstra que apenas a alavanca do consumo como mecanismo de recuperação do crescimento não é possível. O desafio é retomar ao crescimento via investimento”, disse o gerente executivo de políticas econômicas da CNI, Flávio Castelo Branco.

Segundo a CNI, após uma queda que poderá chegar a 6,7% este ano, os investimentos da indústria ficarão estagnados em 2015. Além disso, a entidade calcula que, em 2014, a indústria registrou retração, com poucos segmentos apresentando resultados positivos – indústria extrativista, farmacêutica, de manutenção e reparação, derivados do petróleo e combustível, informática e eletrônicos, limpeza e perfumaria e bebidas.

“O setor industrial tem sido bastante afetado e tem tido dificuldade de manter o ritmo de crescimento”, disse Branco. Ele destacou a importância da recuperação da capacidade de investimento da indústria. Segundo ele, nas últimas duas décadas, os anos em que a economia brasileira cresceu com maior vigor foram justamente aqueles em que o setor alavancou os investimentos. “Recuperar a capacidade de investimento da indústria é um desafio”.

No estudo, a CNI conclui que após atingir o menor nível da última década e apesar da fraca atividade econômica, a taxa de desemprego continuará baixa ainda que com uma leve alta em comparação a 2014. Enquanto avalia uma taxa de 4,8% da População Economicamente Ativa (PEA) desempregada neste ano, a entidade prevê que 2015 fechará com 5,2%.

A CNI defende que para retomar o crescimento econômico sustentável é necessário restaurar os fundamentos macroeconômicos e aumentar a competitividade o que, segundo a entidade, depende de um ajuste fiscal nas contas do governo que permita a geração de superávits consistentes e o controle da dívida pública, reequilibrando as contas externas e favorecendo a competitividade dos produtos brasileiros.

Agência Brasil Agência Brasil
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