Parlamentares republicanos tentam se unir em torno de legislação tributária de Trump
Deputados republicanos estavam tentando nesta quarta-feira fechar um acordo para aprovar o projeto de lei de corte de impostos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com as discussões durante a madrugada focadas em redução de gastos e incentivos para norte-americanos em Estados com altos impostos.
O Comitê de Regras da Câmara dos Deputados iniciou o debate por volta da 2h (horário de Brasília), com o objetivo de aprovar um projeto que, segundo estimativas, acrescentará trilhões de dólares à dívida de US$36,2 trilhões do país. O sucesso na Câmara prepararia o terreno para semanas de debate no Senado.
Os republicanos, que controlam as duas Casas do Congresso, estão aguardando seu pacote geral de emendas ao projeto de lei, que tem o objetivo de unir as alas do partido. Os democratas também propuseram mais de 500 emendas.
Se a legislação for aprovada pelo Congresso, ela reduzirá alguns benefícios de saúde e alimentação para norte-americanos de baixa renda, cancelará programas de energia verde e fornecerá dezenas de bilhões de dólares para o controle da imigração.
Trump se reuniu com parlamentares republicanos na terça-feira para tentar persuadir os resistentes a se alinharem com o que ele chama de "projeto de lei grande e bonito", mas a visita não conseguiu influenciar a grande variedade de parlamentares que se opõem a elementos específicos da medida.
O presidente da Câmara, Mike Johnson, tem pouco espaço para erros, uma vez que seu partido detém uma estreita maioria de 220 a 212 votos e uma série de votos "não" de seu lado poderia arruinar o projeto de lei, que, segundo os democratas, favorece os mais ricos e corta programas sociais necessários.
O projeto de lei estenderia os cortes de impostos implementados por Trump em 2017, que foram sua principal conquista legislativa do primeiro mandato, e também acrescentaria isenções fiscais sobre a renda proveniente de gorjetas e de horas extras, que fizeram parte de suas promessas de campanha.
Analistas independentes dizem que o projeto poderia acrescentar de US$2 trilhões a US$5 trilhões à dívida federal.
O programa de saúde para pessoas de baixa renda Medicaid provou ser um grande ponto de atrito, com alguns deputados pressionando por cortes para compensar parcialmente o custo dos componentes fiscais do projeto de lei, o que outros argumentam que prejudicaria os eleitores.
O projeto de lei também enfrenta objeções de uma série parlamentares republicanos em Estados com altos impostos, incluindo Nova York e Califórnia, que estão pressionando para expandir um limite proposto de US$30.000 para deduções de impostos estaduais e locais.
Trump está pressionando por um apoio unânime dos republicanos e disse na terça-feira que os resistentes podem ser expulsos do partido.
O projeto de lei ainda elevaria o teto da dívida do país em US$4 trilhões. Os parlamentares precisam agir para lidar com esse limite até meados do ano ou correrão o risco de desencadear um calote devastador.
