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O brasileiro está com dificuldade para manter contas básicas em dia

Apenas 26% dos brasileiros conseguem quitar dívidas com tranquilidade; Instabilidade econômica do país é o vilão, diz especialista

1 jun 2024 - 06h15
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Resumo
Uma pesquisa realizada pela MindMiners com 500 entrevistados de todas as classes ABC e regiões brasileiras indica que 18% dos entrevistados afirmam que seus salários não são suficientes para cobrir todas as despesas básicas. Para cobrir as suas necessidades, 63% das famílias destinaram até mesmo suas economias para alimentação.
Foto: Freepik

Há sempre uma uma pergunta que parece ter uma resposta sempre muito distante da realidade: será que o salário do brasileiro lhe permite arcar com todas as suas despesas básicas? Com a intenção de identificar melhor o cenário, a MindMiners realizou uma pesquisa com 500 entrevistados, com mais de 18 anos, pertencentes às classes ABC e de todas as regiões do país. De acordo com a base de dados, 18% dos entrevistados afirmaram que o salário não é suficiente nem para pagar as necessidades básicas. 

Neste cenário de insuficiência, 20% declararam que pagam apenas as contas básicas, sem sobrar dinheiro para outros gastos. 36% conseguem cobrir as despesas financeiras e apenas 26% conseguem quitar todas as dívidas. Diante desta realidade, mais de 50% dos entrevistados buscaram uma atividade extra no último ano para completar a renda familiar. 

Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, explica que um dos motivos para os brasileiros manterem as contas em dia é o cenário econômico nacional: “A instabilidade econômica do país é o agente dificultador de um padrão de vida financeira saudável para o cidadão comum. A alta inadimplência deve-se à situação dos salários baixos e desemprego elevado”.

A pesquisa mostrou ainda que  63% dos gastos das famílias foram destinados à alimentação, 42%, à moradia, 31%, à saúde, 25%, ao transporte e 21%, com gastos de comunicação (planos de telefonia, internet, TV etc). 

Quanto às economias, dois terços dos entrevistados (66%)  guardam dinheiro, já o restante declarou o seguinte: 34% não guardam dinheiro, 29% preferem utilizar a poupança, 29% mantêm o dinheiro na conta-corrente, 24% realizam algum tipo de investimento, com destaque para o gênero masculino, 8% mantêm dinheiro guardado em casa e apenas 5% optam por guardar dinheiro por meio de previdência privada. 

Lamounier explica que este tipo de comportamento retrata a grande fase desafiadora dos brasileiros ao tentar suprir necessidades essenciais e, claro, garantir de alguma forma uma renda extra para a  aposentadoria: “A consciência de gastos e o planejamento para realização de grandes projetos beneficia não apenas o detentor do dinheiro, mas todos ao seu redor. Identificar os pontos de melhoria, analisar o mercado e traçar os objetivos é o básico para o planejamento financeiro”.

A  instrução em educação financeira deveria ser matéria obrigatória nas escolas, desde o estágio  fundamental da educação infantil. 70% dos entrevistados concordam com esta teoria. O interesse por educação financeira é notório, quando 60% dos entrevistados sinalizaram que querem aprender e participar de cursos específicos. 37% dos entrevistados afirmaram ter facilidade em entender e explorar opções de investimentos para aumentar a renda. 

Por fim, Lamounier dá dicas para como sair do vermelho e começar, mesmo que de forma tímida, a poupar e ter uma renda emergencial ou extra. São elas: 

Analise suas finanças: muitos brasileiros possuem o hábito de fazer rodízio de contas, ou seja, escolher qual dívida irá pagar no mês, o que acaba comprometendo o orçamento em longo prazo. Para que isso não ocorra é necessário mapear a renda total e organizar as despesas fixas e variáveis, dívidas e pagamentos. A análise inicial faz com que o consumidor visualize o panorama da sua realidade financeira.

Planeje suas despesas: com o orçamento mapeado, o próximo passo é inserir em seu planejamento regras que ajudem a manter a organização. Uma delas é a 50%, 30% e 20%, sendo 50% para gastos fixos, 30% para gastos variáveis e 20% para investimentos ou fundo de reserva, que visa priorizar as despesas mais importantes. 

Faça uma reserva de emergência: criar uma reserva emergencial é fundamental para uma vida financeira equilibrada. A economia fornece tranquilidade psicológica, pois funciona como um seguro que pode ser utilizado para cobrir despesas inesperadas, principalmente em épocas de grandes gastos. 

Evite parcelamentos: o uso do cartão de crédito é um meio de pagamento, frequentemente utilizado pelos brasileiros, no entanto, este deve ser usado com cautela para que o acúmulo de parcelas não pesem o valor da fatura. Diante disso, é preferível que o consumidor realize compras à vista como uma forma de manter o orçamento organizado e evitar possíveis problemas no futuro. 

Estabeleça metas: o estabelecimento de metas e objetivos ajudam a manter o planejamento financeiro anual ativo. Além disso, auxiliam no cotidiano e fazem com que o consumidor não realize gastos por impulsos.

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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