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Nova fase da Lava Jato amplia investigação de fraudes em contratos de braço petroquímico da Petrobras

21 jun 2018 - 10h42
(atualizado às 16h14)
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A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a 52ª fase da operação Lava Jato, com dois mandados de prisão e nove de busca e apreensão, em investigação sobre suspeita de fraudes em contratos da Petroquisa, antiga subsidiária da Petrobras, com a Odebrecht, informou a PF.

Sede da Petrobras no Rio de Janeiro 8/5/2018 REUTERS/Sergio Moraes
Sede da Petrobras no Rio de Janeiro 8/5/2018 REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

De acordo com a PF, o esquema criminoso revelado pela Lava Jato de fraudes em contratos da Petrobras com empreiteiras por meio do pagamento de propina se repetiu também em subsidiárias da petroleira estatal, como no caso da Petroquisa.

"As informações e provas reunidas até o momento demonstram que o Grupo Odebrecht foi favorecido na obtenção de contratos, em troca de repasses de recursos a funcionários da empresa, quer seja através da entrega de valores em espécie, quer seja através de remessas para contas bancárias estabelecidas no exterior", disse a PF em nota.

"As contratações eram direcionadas com o estabelecimento de parâmetros que só poderiam ser atendidos por empresas do Grupo Odebrecht", acrescentou a PF, que cumpriu mandados em Rio de Janeiro, Recife e Timbaúba (PE).

As medidas são relacionadas com a investigação de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro que envolvem o ex-diretor da Petroquisa Djalma Rodrigues de Souza e familiares, de acordo com a força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal.

Segundo o MPF, o ex-gerente interferiu de maneira imprópria enquanto estava na Petroquisa em favor de empresas administradas por seus familiares a fim de que fossem beneficiadas em contratos públicos. Não foi possível localizar representantes de Djalma Rodrigues de Souza.

A Petroquisa foi a primeira subsidiária constituída pela Petrobras, em 1967, para articular os setores estatal e privado na implementação da indústria petroquímica brasileira, mas acabou sendo incorporada pela estatal em 2012, de acordo com informações da Petrobras.

Em outubro do ano passado a PF já havia cumprido mandados de prisão, condução coercitiva e busca e apreensão no Rio e em Recife no âmbito da investigação de contratos fechados pela Odebrecht com a Petroquisa.

Segundo os investigadores, funcionários de alto escalão da estatal receberam pagamentos entre 2008 e 2014, pelo menos, totalizando o equivalente a mais de 32,5 milhões de reais somente no exterior.

A Odebrecht assinou em dezembro de 2016 um acordo de leniência com a força-tarefa da Lava Jato, em que admitiu participação em práticas empresariais impróprias e aceitou pagar multa bilionária, e dezenas de executivos e ex-executivos da empreiteira revelaram casos de corrupção envolvendo obras públicas em vários Estados brasileiros e até mesmo em outros países da América Latina.

A empresa afirmou, em nota nesta quinta-feira, que a nova fase da Lava Jato teve origem em informações fornecidas na colaboração firmada por ela e seus ex-executivos, e acrescentou que "implantou um sistema para prevenir, detectar e punir desvios ou crimes. E adotou modelo de gestão que valoriza não só a produtividade e a eficiência, mas também a ética, a integridade e a transparência".

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