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Nissan afirma que aliança com Renault será mantida

Comunicado vem após jornal 'Financial Times' publicar que companhia pretendia quebrar acordo; tensões sobre o tema escalaram após fuga de Carlos Ghosn, ex-presidente da Renault-Nissan

14 jan 2020 - 08h07
(atualizado às 18h19)
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A montadora japonesa Nissan afirmou, por meio de nota, nesta terça-feira, 14, que não tem intenção de encerrar a aliança com a francesa Renault e com a também japonesa Mitsubishi Motors. A divulgação foi uma reação à publicação, na segunda-feira, 13, de reportagem do jornal Financial Times que indicava um possível rompimento entre as empresas.

"Esta aliança é a razão da competitividade da Nissan. Com esta parceria, que busca gerar crescimento estável e a longo prazo, a Nissan vai seguir obtendo resultados positivos para as três sociedades", disse o grupo.

Pouco antes, uma fonte próxima ao grupo japonês desmentiu à AFP as informações publicadas pelo jornal Financial Times, do Reino Unido. De acordo com a fonte ouvida pela agência internacional, as informações sobre o possível fim da parceria teriam sido fornecidas por pessoas descontentes dentro do grupo, que queriam "espalhar suas frustrações".

Porém, o restabelecimento da confiança entre as duas empresas "levará tempo", ainda que seus dirigentes estejam convencidos de que, sem a aliança, as duas empresas não vão a lugar algum, disse a mesma fonte interna.

Na semana pssada, durante uma coletiva de imprensa em Beirute sobre sua fuga do Japão, o ex-presidente do grupo Carlos Ghosn fez uma espécie de ajuste de contas com seus sucessores e disse que "já não havia mais aliança Renault-Nissan".

"A aliança Renault-Nissan não está morta. Logo, mostraremos", reagiu o presidente da companhia, Jean-Dominique Senard, em uma entrevista ao jornal belga L'Echo. "A aliança não está em absoluto neste ponto. Estamos recriando seu espírito original."

Tanto Nissan como Renault tentam por fim à "era Ghosn", cuja prisão e acusação de ocultaçao de patrimônio no Japão, ao fim de 2018, paralisaram a aliança. Apesar de a Renault não ter nomeado ainda um sucessor, a Nissan tem, desde dezembro, um novo diretor geral, Makoto Uchida, e um novo diretor de operações, Ashwani Gupta, ambos claramente favoráveis à aliança.

No fim de dezembro de 2019, o número três da Nissan, Jun Seki, mais receoso em relação à aliança, apresentou sua demissão, o que deve causar possíveis divisões internas no grupo japonês.

A reportagem do Financial Times sobre o fim da aliança Nissan-Renault teve impacto sobre as ações dos dois grupos. Na segunda-feira, a ação da Renault caiu 2,82% na Bolsa de Paris. Nesta terça, a ação da Nissan caía 2,96% na Bolsa de Tóquio. /AFP

Estadão
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