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Lula reage a tarifas de 50%, fala em usar lei da reciprocidade e manda 'devolver' carta de Trump

'O Brasil é um País soberano e não aceita ser tutelado por ninguém', diz presidente brasileiro; chefe da embaixada dos EUA foi informado que Lula não receberia a carta, divulgada na rede Truth Social

9 jul 2025 - 20h11
(atualizado às 23h06)
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BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu nesta quarta-feira, dia 9, à noite ao novo anúncio de tarifas de 50% sobre produtos exportados pelo Brasil aos Estados Unidos. Ele afirmou que a resposta do País virá por meio da lei de reciprocidade econômica, aprovada pelo Congresso neste ano.

"Qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica", afirmou Lula.

A embaixadora Maria Luisa Escorel, secretária de Europa e América do Norte do Itamaraty, avisou para chefe da embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, que Lula mandou "devolver" a carta por meio da qual Trump anunciou a taxação por considerá-la "ofensiva", com "afirmações inverídicas" sobre o País e "erros factuais" a respeito da relação comercial entre os dois países. A carta foi divulgada informalmente por Trump na rede social Truth Social.

Lula usou as redes sociais para emitir uma mensagem que já havia adotado dias antes: "O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém". O mesmo teor foi divulgado em nota pelo Palácio do Planalto.

Integrantes do governo brasileiro disseram que o pelo presidente Donald Trump revela uma "politização" das tarifas comerciais, "sem apego a qualquer norma".

O governo Lula quis dar uma resposta coordenada. Minutos após o anúncio de Trump nas redes, Lula convocou ministros a seu gabinete na Presidência da República. Eles deixaram o Palácio do Planalto sem falar com jornalistas.

A carta de Trump cita ainda ações judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e medidas judiciais contra plataformas por disseminação de desinformação.

Ela não cita em nenhum momento questões relativas à desdolarização e ao Brics, como ameaçou Trump nos últimos dias, ao falar em 10% de tarifas adicionais para países que se alinhassem a políticas "anti-americanas" do grupo reunido no Rio.

A reação do governo Lula pode vincular, no campo da política, Bolsonaro a medidas que tendem a prejudicar a economia brasileira, sobretudo o setor exportador. O ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, já usou essa vinculação nas redes sociais.

"O inelegível Jair Bolsonaro pediu e Donald Trump atendeu: 50% de tarifas para os produtos brasileiros entrarem nos EUA", escreveu o ministro Teixeira no X (antigo Twitter).

Leia a íntegra da nota divulgada pelo Palácio do Planalto e assinada pelo presidente Lula

Tendo em vista a manifestação pública do presidente norte-americano Donald Trump apresentada em uma rede social, na tarde desta quarta-feira (9), é importante ressaltar:

O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém.

O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais.

No contexto das plataformas digitais, a sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática.

No Brasil, liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas. Para operar em nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras estão submetidas à legislação brasileira.

É falsa a informação, no caso da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, sobre o alegado déficit norte-americano. As estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos.

Neste sentido, qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica.

A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo.

Luiz Inácio Lula da Silva

Presidente da República

Estadão
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