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Investimento estrangeiro direto global cai 41% no 1º semestre após reforma tributária de Trump, diz ONU

15 out 2018 - 14h51
(atualizado às 15h06)
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O investimento estrangeiro direto global caiu 41 por cento, para 470 bilhões de dólares, nos primeiros seis meses deste ano, o menor nível desde 2005, mostraram números preliminares da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) divulgados nesta segunda-feira.

Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca 10/10/2018 REUTERS/Jonathan Ernst
Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca 10/10/2018 REUTERS/Jonathan Ernst
Foto: Reuters

A reforma tributária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi a principal causa da queda, que se seguiu a um recuo de 23 por cento em 2017, com empresas norte-americanas repatriando 217 bilhões de dólares líquidos de subsidiárias no exterior, disse o chefe de investimentos da Unctad, James Zhan.

"O fluxo de investimentos está mais guiado por política monetária e menos por ciclos econômicos", afirmou Zhan em uma coletiva de imprensa, citando a reforma tributária norte-americana e a liberalização econômica da China. "No geral, o cenário é sombrio e as perspectivas não são tão otimistas."

O investimento estrangeiro direto, que compreende aquisições corporativas estrangeiras, empréstimos intra-empresa e investimentos em projetos de start-ups no exterior, é um indicador da globalização e um possível sinal de crescimento das cadeias de oferta corporativas e futuros laços comerciais.

Mas ele também pode regredir quando as empresas saem de projetos estrangeiros ou repatriam seus ganhos. Tais reversões podem corroer a importância das cadeias de abastecimento globais, que se tornaram um indicador cada vez mais importante do comércio internacional até 2011 e, posteriormente, estagnaram, disse Zhan.

"Se houver falta de investimento estrangeiro para a expansão das cadeias de valor, é claro que isso terá impacto nas cadeias de valor globais e, portanto, no comércio global", declarou. "É difícil dizer se estamos em um ponto de virada (na globalização) ou se isso é apenas uma desaceleração."

Como as empresas norte-americanas tiraram dinheiro de seus investimentos no primeiro semestre do ano, a China se tornou o principal destino do investimento estrangeiro, com 70 bilhões de dólares em ingressos, aumento de 6 por cento.

Países em desenvolvimento atraíram duas vezes mais investimentos estrangeiros do que países desenvolvidos, de modo geral. O fluxo para a Europa recuou 93 por cento, com o tradicional ingresso para a Irlanda --base europeia de um grande número de multinacionais norte-americanas-- ficando negativo em 81 bilhões de dólares e a Suíça vendo saída de 77 bilhões de dólares.

Mas o Reino Unido saltou para o segundo lugar no ranking global, com fluxo de 66 bilhões de dólares, com empresas internacionais transferindo recursos por meio de empréstimos intra-empresas, revertendo a relativa seca de 2017.

Os EUA foram o terceiro principal destino, com 36,5 bilhões de dólares.

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