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Investidores jovens aprendem a apostar na Bolsa com amigos e na internet

Queda da taxa básica de juros leva iniciantes ao mercado de capitais

16 ago 2020 - 05h07
(atualizado em 17/8/2020 às 10h00)
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Em sua maioria, os novatos na Bolsa dizem que decidiram apostar em ações por causa da queda da taxa básica de juros, a Selic. A redução dos juros de 6,5%, em julho do ano passado, para 2%, hoje, tornou investimentos como poupança e Tesouro Direto pouco atrativos, dado que seu rendimentos diminuíram. A Bolsa tornou-se, assim, uma saída para quem quer fazer seu dinheiro render mais que a inflação. Nela, porém, os riscos são mais elevados e mesmo os mais experientes podem perder suas poupanças. A seguir, confira a experiência investidores na Bolsa.

'Pego dicas com amigos e na web'

Há cinco anos, a engenheira de software Isadora Maceió, de 30 anos, estava endividada, principalmente pelo uso excessivo de compras com cartão de crédito. Desde então, ela cancelou o cartão e passou a guardar dinheiro para realizar compras à vista. No final do ano passado, já sem dívidas, começou a guardar dinheiro. Até que no início da quarentena passou a se informar para investir o valor que mantinha na caderneta de poupança. "Eu pego muitas dicas com meus amigos economistas e bancários e passei a seguir alguns perfis com que me identifiquei no YouTube. É assim que defino os investimentos que vou fazer e os papéis que vou comprar."

'Comprei R$ 2 mil em ações'

As quedas consecutivas da taxa Selic foram determinantes para Pietro Corletto, de 23 anos, começar a investir em ações na Bolsa de Valores. O estudante de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que investia em CDB e no Tesouro Direto, começou a estudar sobre renda variável e a conversar com amigos com experiência prática na área. Ele procurou uma corretora de investimentos e iniciou com um aporte de R$ 2 mil. "Eu investi pouco, mas, para a minha realidade, é bastante dinheiro", diz. Por segurança, o estudante ainda mantém uma reserva em renda fixa aplicada no Tesouro Direto.

'Paguei dívidas da família com lucro'

O estudante de Administração Yan Rodrigues entrou no mercado de capitais motivado pelo ciclo de queda da taxa básica de juros, a Selic. No início, chegou a se aventurar com técnicas de day trade, mas desistiu depois de alguns meses porque perdeu mais dinheiro do que havia previsto, cerca de R$ 2 mil. "Como todo mundo, eu comecei ganhando, mas depois percebi que estava perdendo mais do que podia e que não tinha conhecimento suficiente." Com o rendimento dos investimentos, ele procura ajudar a família. "Já consegui quitar dívidas da família relacionadas a contas de telefone, financiamento do imóvel e IPTU."

'Sou viciado no Twitter'

Engenheiro civil, Sérgio Schreier acompanha as redes sociais e perfis de analistas de investimentos para entender o mercado e escolher as operações que vai fazer na Bolsa. "Eu sou viciado no Twitter. Uso a rede para me manter informado o tempo todo", afirma ele, que gosta de operações de day trade, mas recomenda cautela com os influenciadores. "Nós estamos em um mercado em que o cara é o guru de investimentos, que diz que acerta tudo, mas nunca vamos ter uma unanimidade. Eu tento pegar essas informações nas redes sociais para me ajudar, e não para viver em função delas, do que escrevem lá."

'Não quero deixar o dinheiro parado'

O estudante de Direito João Paulo Pujol, de 23 anos, comprou ações na Bolsa de Valores há cerca de um mês. "Estudei a respeito e percebi que, depois de um tempo, a renda variável é melhor que a renda fixa. Não posso deixar o dinheiro parado", diz. Ele comprou um curso sobre o tema e também assistiu a vídeos gratuitos. "Confesso que me arrependi de ter comprado o curso porque o conteúdo era muito parecido com o do YouTube." Para escolher os investimentos mais adequados aos seus objetivos, ele fez algumas análises sobre as empresas. "Li o gráfico de cotação de longo prazo e também levei em conta os dividendos", afirma ele.

Estadão
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